Apresentação:

A promoção da saúde acontece quando há produção de saúde, no âmbito individual e coletivo, através da articulação de ações com as redes de proteção social, com ampla participação e controle social. Dentro desse conceito, também, engloba-se o fornecimento de tecnologias de saúde para a manutenção desta. Os medicamentos são tecnologias de saúde utilizadas com a finalidade de diagnosticar, prevenir, curar doenças ou então aliviar os seus sintomas. O uso indiscriminado de medicamentos ocasiona um grande problema de saúde pública, que podem levar desde a obtenção de medicamentos a um maior custo até à falha terapêutica e reações adversas e indesejáveis. São vários os fatores que induzem ao emprego irracional dos medicamentos, tais como condições econômicas, sociais e até mesmo culturais. Agir nessas causas é necessário para diminuir as práticas de uso incorreto de medicamentos, aplicando estratégias de educação com o intuito de garantir a promoção do uso racional de medicamentos, mediante a democratização do conhecimento e da correta orientação sobre seu uso. A educação popular em saúde, desse modo, busca a promoção, a proteção e a recuperação da saúde a partir do diálogo entre a diversidade de saberes, valorizando os saberes populares, através da problematização. Assim, a escolha de uma oficina como estratégia de educação em saúde, realizada com o auxílio de um docente, teve como objetivo discutir e gerar um conhecimento teórico sólido acerca do uso racional de medicamentos, através de dinâmicas para proporcionar aos participantes a ressignificação de pensamentos sobre a utilização de medicamentos promovendo a melhoria das condições de modos de viver e ensinar destes futuro profissionais da saúde.

Desenvolvimento do trabalho:

Trata-se de um relato de experiência acerca da realização de uma oficina em um Centro acadêmico na cidade de Fortaleza, Ceará, durante a semana em alusão à profissão farmacêutica, que ocorreu no dia 21 de setembro de 2021, levando cerca de duas horas para sua realização. O público-alvo foi composto por estudantes do curso de farmácia. A oficina abordou estratégias de educação para promover o uso racional de medicamentos e foi realizada por um grupo de discentes e um docente. A oficina foi dividida em três momentos, no qual a primeira foi uma dinâmica no qual os participantes se apresentavam, e depois os outros participantes tinham que repetir o que aprenderam sobre o outro. Essa dinâmica teve o intuito de deixar os participantes mais ativos e mais confortáveis para o processo de aprendizado. No segundo momento, foram abordados os aspectos teóricos sobre uso racional de medicamentos e promoção de saúde por meio de slides, com fotos das metodologias de educação em saúde, focando em aspectos mais técnicos e conceituais. No terceiro momento da oficina, realizou-se uma dinâmica sobre o uso racional de medicamentos, onde os conhecimentos adquiridos na oficina puderam ser colocados em prática através da atividade “verdades e mentiras”, onde cada participante deveria falar duas informações verdadeiras sobre si acerca do uso de medicamento e uma informação falsa. Em seguida, foi realizada uma discussão sobre as melhores práticas do uso de medicamentos.

Resultados e/ou impactos:

O intuito principal da oficina foi desenvolver nos participantes os conceitos sobre promoção da saúde e como estes podem ser utilizados, através de diferentes estratégias, para promoção do uso racional de medicamentos. A oficina trouxe uma abordagem a respeito das estratégias de educação em saúde para o uso racional de medicamentos, visto que o respectivo assunto é pertinente ao cotidiano, mas ainda assim não inteiramente consolidado. A esse respeito, o uso racional de medicamentos objetiva potencializar a saúde individual e coletiva. Esta se estabelece a partir do momento que um indivíduo recebe um medicamento de maneira a garantir doses adequadas, pelo período adequado e ao menor custo, partindo das necessidades individuais, como também da conscientização em relação ao processo conhecido como automedicação.

A frequente disseminação de publicações informativas vindas de diferentes fontes pode interferir na qualidade da educação a respeito de determinado tema. Partindo desse pressuposto, as questões a respeito do uso de medicamentos tornam-se mais frequentes e necessárias.

Desse modo, a realização da ação supracitada reforçou aos participantes o entendimento dos aspectos teóricos e o que se objetiva alcançar quanto à busca contínua pela promoção e educação em saúde. A participação e envolvimento dos estudantes durante a realização da oficina mostrou-se algo benéfico, sendo capaz de promover saúde e promover educação continuada com os futuros profissionais de saúde. Além disso, a inserção do momento mais lúdico, com abordagem totalmente voltada para o uso racional de medicamentos, permitiu ao público-alvo desenvolver uma maior interação entre si, onde todos se ajudavam e acrescentavam comentários importantes não só para o decorrer da dinâmica como também para levantar e sanar maiores dúvidas em relação aos mitos e verdades mais recorrentes do uso de medicamentos.

A participação e engajamento aconteceu de forma presencial, proporcionando aos envolvidos e aos presentes um momento rico em informação e aprendizado, refletindo a importância de se manter atento às necessidades e acontecimentos da população ao nosso redor a fim de alcançar esse meio e poder contribuir de forma positiva, o que democratiza o conhecimento e torna os indivíduos capazes de atuar em sociedade, sendo coresponsáveis pela promoção da saúde. Assim, ações como essa destacam o crescimento em conjunto, desde os participantes aos acadêmicos, estes trilhando sua jornada profissional capacitados e qualificados para exercer seu compromisso com a comunidade e a saúde.

A experiência da realização da oficina mostrou-se benéfica para os estudantes da saúde, que puderam colocar em práticas aspectos teóricos acerca da promoção da saúde para o uso consciente dos medicamentos.

Considerações finais

A experiência da realização da oficina demonstrou que a utilização de estratégias e ferramentas lúdicas contribui com o aprendizado dos indivíduos principalmente em temas voltados à saúde. Ademais, ações de educação em saúde colaboram com o desenvolvimento de responsabilidade pela própria promoção da saúde e da população. Assim, podemos utilizar dessas estratégias tais como: palestras, teatro, campanhas, jogos interativos, eventos e etc, para promover o uso racional de medicamentos, desmistificar informações e ampliar o acesso de modo educativo ao autocuidado em saúde, empoderando e capacitando a comunidade para tal. A partir disso, aspectos de promoção da saúde são colocados em prática e são capazes de estimular novas abordagens para o estímulo das melhores práticas para melhoria de condições de vida da população.