Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
Encontros, experiências e vivências dos trabalhadores de saúde nos Fóruns Vivos do Projeto Respiro
MARIA RUTH DOS SANTOS, Celina Mannarino, Raquel Barbosa Moratori, Monica Vieira, Eliane Vianna, Roberta Corôa, Flávia de Assis Souza, Michele Nacif Antunes

Última alteração: 2022-02-06

Resumo


O Projeto Respiro busca compreender e atuar sobre as penosidades do trabalho em saúde diante da Covid-19. Pretende identificar as insurgências e  os agenciamentos que constituem o trabalho em saúde na pandemia, bem como as formas de apoio e os modos de enfrentamento mobilizados pelos trabalhadores. De caráter qualitativo,  sua metodologia vem sendo construída,  desde 2020,  apoiada em referenciais não extrativistas  e colaborativos, visando apreender o ponto de vista dos trabalhadores.  Para tanto, entrelaça métodos de investigação e apoio, enquanto  processo co-criativo de sujeitos em diálogo constante com os trabalhadores de saúde e suas experiências, saberes, práticas,  lutas e culturas. Para apoiar os trabalhadores foram realizados: o Curso Respiro de apoio à formação dos trabalhadores;  rodas de conversas e de cuidados;  entrevistas;  disseminação de conhecimentos e interações nas redes sociais do Projeto; eventos públicos, dentre eles, os Fóruns Vivos.  Os Fóruns Vivos foram constituídos por trabalhadores e interessados no campo da saúde que se dispuseram a dialogar virtualmente e,  coletivamente,  compartilhando experiências e vivências sobre questões e dilemas que afetam o trabalho e os trabalhadores em tempos de pandemia.  Originalmente concebidos para acontecerem  na plataforma virtual do Respiro, tornaram-se “Vivos “   nas telas dos computadores e smartphones dos trabalhadores que participaram das suas cinco  edições, em 2021. Os temas das conversas eram definidos, primordialmente, a partir da  relação com os trabalhadores, priorizando temáticas que emergiam dos encontros. Foram cinco Fóruns,  um a cada mês,  que tiveram como eixo central o trabalho em saúde na pandemia sob a perspectiva dos direitos, garantias e saúde mental dos trabalhadores da saúde; da organização do trabalho em home office e de sua “uberização”, que ganharam escala na pandemia; dos reflexos e impactos da Covid-19,  considerando os marcadores sociais relacionados à classe, gênero e raça e sobre o (re) existir no trabalho e na vida, construindo possibilidades de sonharmos juntos. Como resultado, os participantes destacaram  a riqueza dos testemunhos e compartilhamentos como ato de elaboração do vivido; a possibilidade de articulação das dimensões coletivas com as vivências pessoais,  enquanto recurso metodológico; a relevância dos temas tratados e a troca de  experiências e vivências;  a pluralidade de situações em torno de questões do cotidiano do trabalho em saúde na pandemia.  Entre os desafios, emergiu o de tecer  sínteses coletivas e colaborativas possíveis, a partir das falas, experiências e vivências dos participantes relacionadas aos temas  tratados.