Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Plano de controle da tuberculose em Porto Alegre: Uma construção coletiva
Cristina Bettin Waechter, Daila Alena Raenck da Silva, Pauline Soares Ferrugem Soares Ferrugem, Leticia Vasconcellos Tonding, Elaine Oliveira Soares, Viviane de Lima Cezar, Juliana Maciel Pinto, João Henrique Nagildo da Silva

Última alteração: 2022-02-07

Resumo


Introdução : A tuberculose é um problema de saúde pública de grande magnitude, sendo a principal causa de mortes no mundo. A literatura demonstra um elevado percentual da população infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, agente causador da doença. As estimativas apontam que um quarto das pessoas no mundo estejam infectadas. No Brasil, em 2020, a incidência é de 49 casos por 100 mil habitantes, sendo que em Porto Alegre a taxa sobe para 74 casos por 100 mil habitantes, ocupando o 5° lugar entre as capitais com maior incidência. O último plano escrito para Porto Alegre foi em 2019 e tinha apenas uma proposta de ação principal, o monitoramento caso a caso e não teve impacto significativo nos dados epidemiológicos do município. Sendo assim, era de extrema brevidade a elaboração de um Plano de Enfrentamento à Tuberculose Municipal, em consonância com o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose.


Objetivo: Apresentar a experiência de Porto Alegre na construção de um plano municipal de controle da tuberculose, a partir de um diálogo coletivo entre as equipes responsáveis pelas políticas públicas de saúde, atenção às doenças transmissíveis e vigilância epidemiológica do agravo.


Metodologia: Construção escrita compartilhada e discussões abrangentes na Atenção Primária de Saúde, Vigilância epidemiológica, Secretaria Municipal de Saúde, Assessoria de Planejamento, Monitoramento e Avaliação e Coordenação da Atenção à tuberculose, infecções sexualmente transmissíveis, HIV/aids e Hepatites Virais (CAIST) com construção de objetivos e ações capazes de abranger os problemas elencados. Foram realizados 02 encontros virtuais para dialogar e refletir acerca da tuberculose no município, a partir de documento de texto compartilhado para trabalho assíncrono.


Resultados : A partir do Programa de Metas, que visa aumentar a taxa de cura de novos casos de 52,7% para 60,0% até o ano de 2024 do Programa de Metas, foi descrito um esquema de objetivos e ações a serem desenvolvidos na extensão da atenção em saúde do município como forma de diminuição dos percentuais de novos casos, visando tratamento de infecções latentes, reduzindo coeficientes de contágio e elencando atividades propostas baseado no Plano Nacional de Controle da Tuberculose. O plano é o primeiro documento produzido pelo do grupo de trabalho da SMS que reúne a coordenação da atenção às IST e tuberculose, a vigilância epidemiológica das doenças crônicas transmissíveis, as política de saúde, em especial as que se referem as equidades (população de rua, imigrantes, LGBT, indígena, população negra) e  assessoria de planejamento. Foi   produzido de forma coletiva com a proposta de criar estratégias de controle da epidemia em Porto Alegre que fossem efetivas às populações mais afetadas e vulnerabilizadas.


Considerações finais :Espera-se, a partir desta construção, a estruturação de meios de ação que transversalizem os diferentes contextos encontrados diante do adoecimento por tuberculose e que os cuidados englobam as necessidades das populações para a prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose. Foi um movimento importante para marcar a integração entre as equipes da gestão da atenção, das políticas públicas e da vigilância epidemiológica, com uma perspectiva de trabalho mais horizontal e coparticipativo.