Introdução: as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), são descritas como toda e qualquer contaminação ocorrida após a internação de um paciente no hospital e que se manifesta durante a sua permanência no local ou mesmo após a alta. As IRAS são capazes de causar o aumento de morbimortalidade em pacientes, provocando repercussões socioeconômicas para a população e sistemas de saúde. Objetivo: avaliar a ocorrência de infecções hospitalares relacionadas às condições microbiológicas das maçanetas de portas do setor de Clínica Médica de um hospital público do Baixo Amazonas. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de abordagem quantitativa realizada em hospital público, no período de novembro a dezembro de 2018. A amostra foi composta por 33 pacientes internados na Clínica Médica no ano de 2017 a 2018 que adquiriram IRAS e foram registradas em prontuário. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário estruturado, contendo perguntas sobre: dados sociodemográficos, motivo internação, sítio de infecção e outros.  Resultados: Quanto ao perfil sociodemográfico dos pacientes, observou-se uma prevalência equilibrada entre os sexos, com uma leve predominância do sexo masculino (51,5%), sendo uma parte significativa de idosos (36,3%), com a faixa etária prevalente de 71 a 80 anos. A média de idade encontrada foi de 46,75 anos. A maioria dos pesquisados se autodeclaram pardo (87,9%) e, quanto ao estado civil, 42,4% eram solteiros. A maioria era proveniente de bairros de Santarém (66,6%).  Ao todo, houve 25 motivos de internação, havendo predomínio da Doença Renal Crônica (15,1%), como a causa-base de internação. O sítio de infecção mais afetado foi o sistema respiratório (42,4%), seguido pelo sistema urinário (21,2%) e, quanto ao agente infeccioso, destacaram-se Escherichia coli, Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae, com o mesmo percentual cada: 12,15%. Das 84 maçanetas analisadas, 22 (26,19%) apresentaram resultado microbiológico positivo, sendo encontrada em todos os casos a bactéria Staphylococcus sp. Cabe destacar que durante a coleta foi visualizado que 21 (25%) das maçanetas estavam com o material de cobertura comprometido, sendo que, dentre os casos positivos na análise microbiológica, (18,2%) das maçanetas estavam com a superfície prejudicada. Conclusão: Não houve evidências concretas de que as contaminações cruzadas através das maçanetas contaminadas favoreçam as infecções hospitalares nos pacientes acometidos por IRAS, no entanto, pode-se observar que um quarto das maçanetas analisadas continham depósitos secundários podendo carrear contaminação cruzada, ou seja, os ambientes mal higienizados devem ser considerados como fonte de contaminação. Outra constatação foi que as IRAS fazem parte da realidade hospitalar e há possibilidade de contaminação cruzada entre pacientes, superfícies e os que ali circulam, demonstrando a importância de avaliação para subsidiar medidas de controle.