Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O PROCESSO DE TRABALHO EM SÁUDE MENTAL: RESULTADOS E DESAFIOS DA PRATICA INTERPROFISSIONAL
Jonathan Cordeiro Morais, Antares Silveira Santos, Nara Raquel Barbosa da Silva, Caio César Ferreira Alverga, José Iury Ferreira Pires, Beatriz Andrade de Araújo, Julia Ramos Vieira, Luciana Figueiredo de Oliveira

Última alteração: 2022-02-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: Vivenciamos processos de construção e reconstrução da prática do cuidado em saúde no Brasil constantemente. Ao se considerar a saúde mental, entende-se que o trabalho interprofissional torna-se essencial. O entanto, é importante refletir a respeito da aplicabilidade desta perspectiva na prática do cuidado em saúde: Como interprofissionalidade tem sido empregada  no processo de mudança no cuidado em saúde mental? De que forma os campos e profissões se cruzam?  Quais os resultados do trabalho interdisciplinar na pratica? A proposta deste relato é discutir sobre a união de profissões e serviços em prol da qualidade da atenção à saúde mental a partir da realidade da equipe de saúde de um CAPS-I em uma cidade de pequeno porte no sertão da Paraíba. Descrição da experiência: A equipe em questão é composta por: uma assistente social, um enfermeiro, uma fonoaudióloga, duas psicólogas, uma psicopedagoga, um psiquiatra, e dois técnicos de enfermagem, que vinham realizando um trabalho isolado no serviço em questão.  A partir da percepção de que ao longo do processo de trabalho existe o cruzamento dos campos de atuações específicas às profissões e das competências comuns e colaborativas que os princípios e diretrizes do SUS requerem para a efetividade do trabalho em saúde, foi confirmada a necessidade de ampliar os debates em equipe e em rede para que surgissem espaços de discussão interprofissional, marcados pela horizontalidade e interação dos sujeitos. Nesse sentido, estratégias foram pensadas e executadas para promover um trabalho mais colaborativo: construção de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS); Atividades de reinserção social; Grupos operativos; Espaços de discussão de casos em rede; Campanhas e estratégias de desmistificação em sociedade; oficinas terapêuticas e etc. Impactos: A possibilidade do exercício do trabalho em saúde marcado pela colaboração resultou na oferta do cuidado mais efetivo ao usuário/família/comunidade, aumentou a dinâmica e integração da equipe de saúde do local, trazendo resultados positivos, como a diminuição de possíveis conflitos interpessoais e na melhora da comunicação entre os profissionais e entre equipe e usuários. A partir da adoção do trabalho em interprofissional no serviço foi possível, ainda, perceber a redução o número de crises, internamentos e situações críticas como episódios de automutilação, progredindo na evolução de casos que necessitavam o envolvimento de outros serviços componentes da RAPS - Rede de Atenção Psicossocial, como atenção básica, NASF, hospitais, escolas, conselho tutelar, CRAS, CREAS e Ministério Público. Considerações finais: O reconhecimento da importância e dos conceitos que envolvem uma prática interprofissional e colaborativa pela equipe configura-se como o primeiro passo para a transição de uma prática uniprofissional à prática interprofissional, perpassando pela multiprofissionalidade acolhendo com atenção, zelo e cuidado a demanda que o usuário trás em seu contexto de vida e buscando em conjunto sanar a sua necessidade diante das queixas. Foi possível perceber que a formação dos profissionais, que pouco abordam ou estimulam o desenvolvimento de ações colaborativas entre as profissões pode ser considerado um fator que dificulta a pratica interprofissional.