Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SAÚDE SEXUAL MEDIADA POR TECNOLOGIA EM REDE SOCIAL: IMPACTOS E DESAFIOS
Vinícius Leír Bastos Freitas, Laura Eiko Fukushima Rogers, Yasmin Ferreira Rodrigues, Cristiellen de Oliveira Araújo, Thátila Dolôres Alves Costa, Ana Caroline Narvaes Souza, Sineide Santos de Souza, Valdenora Patrícia Rodrigues Macedo

Última alteração: 2022-02-09

Resumo


Apresentação: A educação em saúde sexual busca proporcionar acesso ao conhecimento no que tange a sexualidade e mudanças no corpo e mente de jovens e adolescentes que passam por diversas mudanças durante o período da puberdade e início da vida adulta. Desse modo, a educação em saúde sexual é de extrema importância, pois aborda tópicos como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e métodos contraceptivos, além de esclarecer as mudanças que ocorrem nessa fase da vida. A educação sexual fornece subsídios para que o jovem e adolescente adquira autonomia sobre seu corpo, saúde e para fazer escolhas conscientes acerca da sua sexualidade, evitando, dessa forma, situações indesejadas que comprometam a saúde física e mental. O planejamento de atividades educativas deve considerar as melhores estratégias para alcançar a população alvo, especialmente no período pandêmico vivenciado, no qual as atividades presenciais são restritas ou inexistentes, comprometendo atividades de educação em saúde nas escolas, o que pode causar prejuízos à saúde sexual de jovens e adolescentes. Por outro lado, observa-se que o acesso às redes sociais entre adolescentes e jovens está crescendo exponencialmente, de acordo com Kemp (2020), a adoção de mídias sociais aumentou mais 12% nos últimos 12 meses e o Instagram continua tendo um forte crescimento. Ressalta-se que jovens e adolescentes sofrem influência por meio das mídias sociais, o que favorece o uso dessas ferramentas nas atividades educativas, além de proporcionar o alcance das informações/orientações para outras faixas etárias da população sem comprometer a saúde dos envolvidos. Diante disso, o objetivo do presente relato de experiência é descrever as vivências acerca da realização de um Programa Institucional de Bolsa de Extensão (PIBEX) sobre educação em saúde sexual com enfoque nas ISTs: AIDS e HPV, idealizada e executada por acadêmicos de Enfermagem e Medicina de uma universidade pública de Manaus-Am. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, a partir de atividades de educação em saúde por meio de uma plataforma digital vivenciada por discentes e docentes desenvolvida em um projeto de extensão de uma universidade pública. As atividades foram realizadas no período de agosto de 2021 a janeiro de 2011. No primeiro momento, foram realizadas reuniões da equipe pela plataforma do Google Meet para decidir os temas que seriam abordados, a divisão dos trabalhos e a frequência de postagens. Para a construção das postagens, buscou-se estudos nacionais e internacionais, de caráter qualitativo e quantitativo presentes nas bases de dados PubMed e Google Acadêmico, bem como recomendações do Ministério da Saúde e boletins epidemiológicos, além de pesquisas em plataformas como a UNAIDS e programa das Nações Unidas. No segundo momento, os dados coletados foram discutidos em grupos menores, de acordo com a divisão dos trabalhos e, posteriormente, com todo o grupo para aperfeiçoamento do material educativo a ser postado, buscando um design atrativo, lúdico e harmonioso, além do uso de linguagem fácil e acessível, interativa, considerando elementos que fizessem parte do cotidiano de jovens e adolescentes, com a finalidade de captar a atenção desse público e transmitir as informações de modo eficaz. No terceiro momento, deu-se início às postagens do material educativo na plataforma digital Instagram, as quais foram organizadas por temas com frequência de três postagens por semana. Nesse momento, os comentários do público eram acompanhados e as dúvidas respondidas. Durante o processo e ao final do projeto houveram momentos de avaliação das postagens em busca de aprimoramento das mesmas, o grupo descreveu as dificuldades enfrentadas e impactos produzidos na comunidade pelo projeto, bem como interagiu com os seguidores solicitando avaliação do conteúdo postado. Resultados: A partir de dados da ferramenta insights do Instagram, observou-se que o projeto alcançou o total de 457 usuários, sendo o público predominante na cidade de Manaus (69,4%). Quanto à idade, a maior parte da audiência tinha entre 13 e 24 anos (72,4%), mostrando êxito em ser um projeto voltado a adolescentes e jovens. A população feminina (63,2%) foi a que mais acompanhou as publicações entre os internautas. Foram publicados 24 posts com temas como Introdução à Saúde Sexual, HIV e AIDS e HPV, tendo respectivamente, média de alcance 127,3, 97,2 e 58,3. Os assuntos que apresentaram maior engajamento foram HIV/AIDS e HPV, seguidos da importância e benefícios de discutir saúde sexual, curiosidades sobre HIV, e o que é o HPV. O impacto do projeto da sociedade também foi medido, de forma qualitativa, por meio dos comentários nas postagens, interação em enquetes e respostas no Google Forms, revelando que o público mostrou-se interessado no assunto e instigado a aprender mais, o que foi atribuído à forma como os temas foram abordados, a dinamicidade e frequências das publicações e a qualidade do conteúdo. Todas as publicações foram na modalidade carrossel de fotos, o que pode ter prejudicado o alcance do projeto, visto que essa ferramenta requer que o usuário seja seguidor da conta do Instagram para acompanhar as postagens. Além disso a conta @pibex.saudesexual teve maior número de seguidores no início das postagens em outubro e menor no mês de dezembro, o que foi atribuído as postagens serem realizadas apenas uma vez no dia previsto, haja vista que quanto mais vezes o post é publicado, há maiores chances da conta ganhar seguidores. Acredita-se que a ferramenta reels ou a opção pelo TikTok poderia ter sido mais eficaz para a finalidade do projeto, dado que seu algoritmo permite que pessoas aleatórias acessem o conteúdo. Considerações finais: As atividades educativas do projeto foram relevantes para o público-alvo, discentes e docentes. A educação em saúde é inerente à prática do profissional de saúde, em todos os níveis de atenção. O desenvolvimento do projeto promoveu o acesso a informação sobre saúde sexual para jovens e adolescentes usuários de redes sociais com temas necessários a essa população, e dessa forma, contribuiu para a promoção da saúde desse público, especialmente no período de pandemia, em que a procura por profissionais de saúde diminuiu, bem como atividades de educação em saúde nas escolas foi inexistente. Para a formação acadêmica, a experiência no projeto permitiu o desenvolvimento de habilidades tecnológicas e a utilização de diferentes ferramentas para compartilhar informações seguras e científicas, possibilitou o aprimoramento dos discentes na busca e leitura de literatura científica e confiável, além de motivar a criatividade para transformar materiais de nível acadêmico em informações úteis e de fácil entendimento à comunidade jovem, bem como contribuiu para reconhecer a importância e valorização do trabalho em equipe. Espera-se despertar na academia e no serviço o uso de redes sociais para atividades educativas, visto que tem sido um ambiente propício para a divulgação de conhecimento, uma vez que tem potencial para alcançar a população em geral em seu dia a dia. Sugere-se, para trabalhos futuros, a utilização de múltiplas plataformas de comunicação para maior alcance do público, pois poderá resultar em maiores repercussões.