Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Perfil Epidemiológico da COVID-19 nas Pessoas em Situação de Rua no estado do Espírito Santo.
Luiza Ferreira Chaves, Karllian Kerlen Simonelli Soares, Thiago Nascimento do Prado, Letícia do Nascimento Rodrigues

Última alteração: 2022-02-07

Resumo


Introdução: a População em Situação de Rua (PSR) além de ser caracterizada pela pobreza extrema, alimentação inadequada e irregular, baixa higiene pessoal e outras condições devido a situação vivenciada, apresenta pouca procura e dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde. Devido a vulnerabilidade social em que essa população está exposta, associada com outros fatores, como por exemplo a pré-existência de comorbidades, utilização de tabaco, álcool e outras drogas, encontra-se mais suscetível à infecção, adoecimento e óbito por COVID-19. Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa foi traçar o perfil epidemiológico das pessoas em situação de rua com COVID-19 no estado do Espírito Santo. Metodologia: trata-se de uma pesquisa observacional, transversal, realizada por meio de dados secundários extraídos do banco de dados do Painel COVID-19 – Espírito Santo, fornecido online pela Secretaria Estadual de Saúde - SESA, no período de 2020 a janeiro de 2022. Resultados: no período analisado pelo estudo, foram notificados 2.949.687 casos de COVID-19, sendo 17.082 em PSR, o que representa 0,58% do total de notificações. Dentre os casos notificados no estado, 852.358 foram confirmados, desses, 4830 foram em PSR, o que representa que 28% dos casos notificados em PSR foram confirmados. Em relação ao perfil social e epidemiológico, a maioria dos casos confirmados em PSR apresentavam como local de notificação o município de Vila Velha (12%), foram confirmados por critério laboratorial (98%), eram do sexo feminino (53%), de raça preta/parda (40%) e com idade entre 20 e 49 anos (63%), na qual 18% apresentava comorbidades, sendo mais prevalente comorbidades cardíacas (10%), seguida de diabetes (4%) e tabagismo (2%). Desses casos confirmados, 77% apresentou cura e 0,45% evoluiu para óbito. Considerações finais: Verificou-se que essa população apresenta mínimas condições de acesso a saúde e serviços ofertados, com menor alcance a diagnóstico, tratamento de qualidade e desfechos prejudiciais para comorbidades. O que evidencia, portanto, a importância de um consultório de rua, promovendo a  vacinação, testes rápidos, assistência e maior atuação para com este grupo populacional tão vulnerável socialmente.