APRESENTAÇÃO

O câncer de mama é um dos cânceres mais diagnosticados e a principal causa de morte entre a população feminina mundial. No Brasil, o número de diagnósticos e taxa de mortalidade é crescente, onde entre 1980 e 2016, as taxas padronizadas de mortalidade cresceram de 9 para 12 óbitos por 100 mil mulheres. Esse número expressivo de óbitos revela um dos fatores para que o câncer de mama seja de alto risco entre as mulheres: a falta de consciência na procura por assistência médica que agrava o sucesso de um tratamento sem tanta agressividade. Desse modo, essa questão é altamente relevante e de suma importância ser discutida e esclarecida tanto entre a população de modo geral como entre os profissionais de saúde, que irão repassar informações para a população.

A campanha do Outubro Rosa é uma iniciativa positiva e significante para a elucidação, na busca por assistência médica e na promoção de um espaço de discussão sobre os riscos que essa doença crônica tão letal pode acarretar. Essa mobilização proporciona a importância de observar a saúde feminina com mais seriedade e viabilizarem ações que possam chegar na população marginalizada por ausência de informações corretas e de exames que viabilizem o tratamento para uma maior qualidade de vida dessas mulheres. É um momento onde podem-se trabalhar estratégias importantes e relevantes de promoção da saúde entre profissionais de saúde que podem repassar informações sobre a temática. Assim, o trabalho objetiva relatar a experiência da realização de uma ação em saúde, junto aos profissionais de saúde, acerca do câncer de mama.

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Trata-se de um relato de experiência acerca da realização de uma ação em saúde para profissionais de saúde, que foi realizada por discentes e docentes do curso de Farmácia de um Centro Universitário, localizado em Fortaleza, Ceará. O encontro com tema outubro rosa, acerca do câncer de mama, foi realizado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Jurema, localizado em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. O público-alvo da ação foram os profissionais e trabalhadores da saúde, colaboradores da UPA em questão. A ação foi realizada através da realização de uma atividade lúdica intitulada “Mitos e verdade sobre o câncer de mama”. Para realização da atividade, o local foi decorado com balões, flores e enfeites em alusão à campanha do Outubro Rosa. Em seguida, foi realizada uma roda de conversa, onde houve a apresentação de cada participante e cada funcionário na atividade. Ainda no formato de roda, foi realizada uma dinâmica na qual cada participante da atividade deveria escolher uma afirmativa sobre “Mitos e Verdades: Câncer de Mama”. O encontro foi realizado por meio de uma dinâmica, no qual consistia em realizar perguntas ao público em relação à temática, onde foram realizadas trinta perguntas onde os participantes deveriam afirmar com base nos próprios conhecimentos, apontando se o questionamento feito pela equipe era verdadeiro ou falso. Dentre as perguntas foram abordados assuntos como cuidados no período gestacional, uso de medicamentos, autoavaliação, faixa etária e predisposição genética. Após a escolha, os facilitadores confirmavam a veracidade da informação e discutiam acerca do assunto. O foco das perguntas sempre relacionavam-se aos profissionais e como estes podiam educar a população. Após cada pergunta, o participante poderia escolher entre os brindes da atividade, sendo estes produtos de higiene, como álcool em gel 70% e sabonete líquido.

RESULTADOS E/OU IMPACTOS

O trabalho teve como objetivo relatar a experiência de uma ação de saúde realizada por professores e acadêmicos da área da saúde de modo a empoderar e melhorar os serviços prestados por profissionais da unidade de saúde. Uma vez empoderados, esses profissionais são capazes de atuar na sua saúde, bem como agir de modo coletivo, para promover a equidade e a melhoria das condições e modos de viver, e ampliando a potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva.

O principal objetivo da ação foi promover saúde e autocuidado de forma descontraída e compartilhar conhecimentos, estas metas foram alcançadas com êxito. Os profissionais que participaram contribuíram imensamente para o projeto, junto a troca de informações com toda equipe. A partir do encontro, observou-se a importância da coadjuvação e do apoio dos profissionais da rede de saúde para a educação continuada na unidade e para os acadêmicos participantes, ressaltando a importância da divulgação dos cuidados e prevenção ao câncer de mama. Os participantes mostraram-se ativos, altamente integrados à atividade, interessados e dispostos a compartilhar informações com outras pessoas.

Apesar da equipe multidisciplinar de profissionais da saúde propor atendimentos e cuidados, há um receio muito grande das mulheres em procurar ajuda, devido ao fato de associarem o nódulo ou o incômodo diretamente ao câncer e levar a mutilação da mama. Cabe, assim, ao serviço de saúde, desde a Atenção Primária através do exame de prevenção, primeiro acesso da mulher (adolescente), ressaltar a importância do cuidado ao corpo e desmistificar informações. Esse objetivo, relacionado ao cuidado nos diferentes níveis de atenção, foi inteiramente contemplado através da ação realizada.

Desse modo, a experiência da realização da estratégia escolhida para educação relaciona-se ao processo de educação popular em saúde, em que há problematização do processo de aprendizado, bem como empoderamento da população e aumentos dos esforços individuais e coletivos para trabalhar aspectos de saúde da comunidade. Assim, os acadêmicos que participaram da ação puderam colocar em práticas conhecimentos teóricos aprendidos em sala de aula e que foram utilizados como uma efetiva estratégia de educação em saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É possível reforçar através de ações como essa, a necessidade e importância da educação continuada aos profissionais de saúde e ainda evidenciar sobre como o acrescento e utilização da forma lúdica de ensino é capaz de prover melhores resultados. Ao passo que os profissionais recebem orientações e tiram dúvidas sobre a prevenção e tratamento do câncer de mama, essa aquisição de informações, permite que desenvolvam maior domínio e segurança para repassá-las aos pacientes e população usuária do estabelecimento de saúde. Ainda que seja uma dificuldade enfrentada por muitos anos, atualmente pode-se observar uma crescente “descredibilização” da ciência, em decorrência da facilidade na divulgação de informações nas redes sociais, em maioria falsas e tendenciosas. Torna-se necessária maior imposição dos profissionais de saúde para estruturar de forma eficaz o combate às informações falsas, o que pode ser conseguido através de estratégias e ações de promoção em saúde eficazes.