APRESENTAÇÃO: O desafio da operacionalização da Atenção Primária à Saúde é a necessidade de uma equipe interprofissional para sua atuação de maneira integral. Os profissionais que compõem  as equipes, apresentam diferenças sociais, culturais, acadêmicas e etárias. A integração e colaboração dos profissionais é um desafio constante e complexo, portanto sugere-se no presente trabalho a elaboração de um instrumento utilizado pelos agentes de saúde, construído a partir da colaboração de toda a equipe.

DESENVOLVIMENTO: A USF CAIC situa-se em área urbana do município de Aracruz-ES e tem um total de 36 profissionais com cadastro ativo, incluindo-se 2 residentes de MFC, provenientes do ICEPI, e um total de 12 Agentes Comunitárias de Saúde. Um questionário a respeito do processo de organização individual, foi entregue às ACS para ser respondido e debatido, com o intuito de aprimoramento das ações. Após o levantamento inicial, durante uma reunião de equipe, observou-se um clima de insatisfação coletiva na maneira com que se organizava o processo de trabalho em equipe e com o próprio desempenho individual, porém ao mesmo tempo havia claro interesse em novas propostas de organização.

Junto com os residentes de MFC, foram desenvolvidas  planilhas, separadas por categorias e organizadas em pastas individuais, com as informações mais importantes a serem colhidas durante as visitas domiciliares, respeitando-se os registros oficiais exigidos e baseados na necessidade da população. Essas planilhas são aprimoradas no decorrer do tempo, considerando a dinamicidade do processo e as possíveis mudanças em relação ao território, saúde da população e sugestões trazidas pelas próprias ACS e equipe multiprofissional. Atualmente, as pastas estão divididas nas seguintes categorias: Saúde mental, acamados, gestantes, hipertensão e diabetes.

RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A utilização deste novo processo de organização de trabalho permitiu melhorias significativas na comunicação, na relação interpessoal da equipe e no planejamento das ações e cuidados à saúde. A participação ativa dos agentes comunitários de saúde, durante todo o processo, demonstrou o quanto o envolvimento de toda a equipe é fundamental para construção de um processo dinâmico, voltado à aprimorar os projetos terapêuticos centrados na assistência à população. Observou-se ainda como ganho secundário, um fortalecimento técnico da equipe de profissionais de saúde, uma melhora da organização interprofissional, e a otimização do processo de trabalho permitiu a diminuição do estresse, e consequente melhora da satisfação no trabalho de toda a equipe.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A organização do trabalho em uma USF, está imbricado num processo complexo que envolve educação permanente em saúde, sobretudo dos ACS, o elo mais potente e ao mesmo tempo mais vulnerável das equipes. A Atenção Primária tem como propósito gerar acesso a toda população adscrita, e a qualidade deste acesso está intimamente atrelada à qualificação, organização e comunicação da equipe. Dessa forma, o novo processo de trabalho gerou medidas facilitadoras do processo de organização, otimização e vínculo no trabalho em equipe, o que trouxe melhorias para a comunidade e para a equipe que atua nesta unidade de saúde.