Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Vivenciando dilemas em processos educacionais na saúde revelados na pandemia pelo SARS-COVID19: reflexões na formação por meio do mestrado profissional em saúde
Adriana Barbieri Feliciano, Aline Guerra Aquilante, Vanessa Muller

Última alteração: 2022-02-15

Resumo


Historicamente, convivemos como um modelo educacional predominantemente presencial, com seus limites e potências. Especialmente, no que se refere à formação em saúde, tem-se enfatizado a importância de processos que possibilitem espaços de trocas e compartilhamento de experiências privilegiando um modelo voltado para a interprofissionalidade, colaboração e o trabalho em equipe. Sabe-se que estes são atributos que se desenvolvem por meio de encontros, que pedagogicamente, reconhecem os educandos como protagonistas de seu processo ensino-aprendizagem e educadores como facilitadores deste caminho. As metodologias ativas se constituem em importante ferramenta para a formação em saúde. O mestrado profissional possui estreito diálogo com os pressupostos aqui mencionados pois objetiva a formação de profissionais protagonistas na qualificação do trabalho em saúde, com vistas ao atendimento das necessidades de saúde. O objetivo deste relato é apresentar vivências educacionais na formação pelo mestrado profissional em saúde no período pandêmico. No caso específico do Programa de Pós-Graduação em Gestão da Clínica, o mesmo possui seu projeto pedagógico de curso assentado em processos educacionais por metodologias ativas e integração teoria e prática. O desenvolvimento das atividades curriculares obrigatórias e optativas tem utilizado como estratégias pedagógicas, a espiral construtivista de aprendizagem, a aprendizagem baseada em equipes, e como disparadores, as narrativas reflexivas, situações problemas simuladas, entre outros, privilegiando as atividades em comunidades de aprendizagem realizadas por meio de pequenos grupos, com cerca de 08 a 10 mestrandos. As atividades sempre foram realizadas presencialmente, no cenário da universidade, ao longo de dois anos de duração do processo formativo. No entanto, com o início da pandemia, as atividades, inicialmente, foram suspensas em atendimento a resolução universitária que impediu a realização das mesmas em todo campus. Um primeiro efeito desta paralização foi colocar, em um primeiro momento, o coletivo de docentes do programa em autoanalise e autogestão e a principal inquietude manifestada era uma certa descrença de que seria possível a realização das atividades curriculares como ensino remoto emergencial (denominação utilizada pela instituição), especialmente em se tratando de processos educacionais pelas metodologias ativas. A inquietude denotava preocupação com a perda da potencia educacional proporcionada outrora pelos encontros. No entanto, num segundo momento, ao se colocar a situação em análise com os mestrandos, que falavam da frustração pela não vivência do processo educacional, colocou para o coletivo docente e coordenação a ressignificar esta experiencia.  O desafio colocado era o de manter os mesmos pressupostos do ensino ativo, agora na modalidade ensino remoto. Encara-lo permitiu a retomada das atividades após 04 meses do início da pandemia. Como toda trajetória sempre há perdas e ganhos. Perdeu-se a potencia dos encontros para a troca e aprendizagem, no entanto, descobriu-se outras possibilidades de ensino nunca antes experimentado. Mantém-se as comunidades de aprendizagem ativas, observou-se para a nova turma de ingressantes uma ampla abrangência de candidatos oriundos de diversas partes do País propiciada pelo ensino remoto, o que permite uma experiencia transcultural intensa. Enfim, ainda o tempo poderá contar melhor esta história que nos tirou a todos do lugar do pensar e fazer processos educacionais em saúde.