Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA (LPV): UM DIFERENCIAL DE LEUCOPLASIA ORAL (LO), SEUS ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS; a importância do acompanhamento do cirurgião-dentista da Atenção Primária
Moara Almeida Martins, Itamar Francisco Teixeira

Última alteração: 2022-02-11

Resumo


Apresentação:
A leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é uma variante rara de leucoplasia oral (LO), de etiologia desconhecida, podendo estar ou não associada ao tabagismo, etilismo. Clinicamente, se manifesta na mucosa oral com placas rugosas, exofídicas e multifocal que tende a se espalhar para outros sítios anatômicos e podem evoluir para carcinoma de células escamosas (CEC). O tratamento é difícil e com alta taxa de recidiva e acomete com maior frequência mulheres acima dos 70 anos.


Objetivo:
Descrever sobre as características da LVP, suas manifestações na mucosa oral, o diagnóstico diferencial com outras leucoplasias orais (LO) comuns e o comportamento ao tratamento e abordar a importância do acompanhamento das lesões leucoplásicas orais pelo cirurgião-dentista da Atenção Primária em Saúde (APS) para a prevenção do câncer de boca.


Resultados:
A LVP se revela visualmente em placas esbranquiçadas difusas, de superfície rugosa, verrucosa e dispersas por praticamente toda mucosa bucal. Podem ser sintomáticas ou não, multifocais, de comportamento agressivo, proliferativo para outros sítios e com variações de placas brancas lisas às não homogêneas, de superfície áspera, papilífera, com áreas eritematosas. O exame histopatológico apresenta hiperqueratose, acantose, com ou sem displasias, tendendo a invadir o tecido conjuntivo adjacente. O diagnóstico da LVP baseia-se na combinação de achados clínicos e histopatológicos, onde o Cirurgião-dentista poderá observar o seu caráter evolutivo, que é lento, persistente e, geralmente, com desfecho de transformação maligna. Nos resultados de biópsias de fácil coleta poderá se observar as suas características macro e microscópicas. Tem predileção pelo sexo feminino, leucodermas, entre a sexta e sétima década de vida, sem fator de risco conhecido e que pode estar associada à cândida albicans e ao papiloma vírus. LVP apresenta um comportamento persistente e progressivo para malignidade, com taxa de transformação maligna maior que 70%. Por outro lado, as Leucoplasias Orais (LO) comuns não apresenta diferenças entre os gêneros feminino e masculino e tem idade média de surgimento entre a 40 e 50 anos associada ou não a fator de risco para tabaco e álcool, com lesões uni e multifocais localizadas, sendo que na maioria, as placas brancas têm aspecto homogêneo.
Aquelas que apresentam aspecto multifocal não devem ser consideradas LVP na primeira consulta, assim como não se deve aguardar o desenvolvimento de áreas verrucosas para não retardar o diagnóstico precoce, levando a tratamentos em fases mais avançadas, piorando o prognóstico da doença. Para os critérios de diagnóstico da LO e LVP, deve-se levar em conta as áreas multifocais, com ou sem eritoplasias localizadas e o comportamento agressivo. O aspecto recorrente, recidivante após qualquer tratamento e a progressão por longo período são comuns. Por outro lado, as leucoplasias orais comuns, podem ser persistentes, porém raramente apresentam áreas multiloculares, verrucosas e proliferativas.


Considerações finais:
A exigência do acompanhamento das lesões leucoplásicas pelo cirurgião-dentista da APS, desde sua fase inicial deve ser considerada. O exame oral e o descritivo visual e de palpação podem colaborar, e muito, com o momento diagnóstico definitivo entre as LO comuns e as LVP.