Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O acesso aos serviços de saúde pelas populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos.
Lorena Santos da Rocha, Maria Clara Soares Bulcão, Auriele Cristine de Souza da Costa, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Lúvia Santos da Silva, Raisa Oksana Lídia Ellis Freire de Sena Garcia da Silva, Thiago Simplício Costa, Sandy Valente Coelho

Última alteração: 2022-02-24

Resumo


Apresentação: A constituição Federal de 1988, garante no artigo 196 a saúde como um direito de todos e dever do Estado. Entretanto, na realidade brasileira as minorias sexuais  têm sido negligenciada ao acesso aos serviços de saúde de qualidade. Minorias sexuais compreendem indivíduos que, devido sua orientação sexual e identidade de gênero, contrariam padrões heterossexistas. Historicamente, esses indivíduos têm sido posicionados em locais de restrição de direitos, sendo marginalizados, fato que reflete em seu estado de saúde. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo evidenciar na literatura o acesso aos serviços de saúde pela população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos.  Desenvolvimento do trabalho: Este estudo é  uma Revisão Integrativa de Literatura em busca de compreender o acesso à saúde pelas minorias sexuais e de gênero.  Os descritores foram definidos a partir da consulta nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). A busca da científica foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando os descritores (Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde) AND (Minorias Sexuais e de Gênero ). Foram incluídos artigos adequados à temática em  português e inglês na linha temporal em 2017 a 2021 e excluídos teses e monografias.Resultados e/ou impactos: A  amostra final constituiu  com cinco artigos científicos que atenderam os critérios de inclusão. Essa amostra se compõe de três revisões bibliográficas, um   estudo transversal e um estudo exploratório.  Em comum os artigos defendem que apesar do progressos em razão de assistência de saúde de qualidade como a promulgação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, há ainda impasses para acesso à saúde para tal população. Os estudos destacam uma invisibilidade da população e privação de políticas de suporte para profissionais para atendimento que atendem com estereótipos, perpetuando até um violência simbólica.  Nesse contexto, as pessoas LGBT, geralmente,  omitem sua identidade de gênero com medo dessa descriminação  e opressão social. Os principais contextos vivenciados dentro de atendimento em saúde são:  a não observação ao nome social; incapacidade de manejo de questões específicas da população; à população trans visar apenas à cirurgia de redesignação sexual negligenciando outras demandas; profissionais antiéticos  e despreparados e  a rejeição parenteral e social. Desse modo, tais processos refletem no comprometimento da utilização dos serviços de saúde pela comunidade LGBT. Diante do exposto, há complexos indicadores de saúde nas subpopulações da comunidade LGBT: altos índices de  distúrbios mentais, bem como tentativas de suicídio; maior tendência ao uso de álcool e substâncias psicoativas; e maiores chances de doenças cardiovasculares e obesidade em mulheres lésbicas e bissexuais.Considerações finais: A literatura tem documentado processos discriminatórios e estigmatizantes na atenção à saúde da população LGBT.  Sendo assim, deve-se garantir respeito e direitos para esses indivíduos, liberdade de usar nome social, resolutividade de suas necessidades, e rede de atendimento qualificada. Para tal é primordial espaços de diálogos sobre a questão para que se fortaleça a ideia de criação de protocolo e estudos sobre saúde de minorias sexuais, bem como expansão de residências e especializações voltadas para saúde LGBT.