Apresentação: Este estudo apresenta resultados parciais de um projeto de intervenção na Unidade Hospitalar do município de Nhamundá, localizado na região do Baixo Amazonas a cerca de 557 km de distância da capital por via fluvial. Objetivo: Criar um espaço que proporcione a assistência humanizada ao pré-parto e parto com a participação do pai ou acompanhante da escolha da parturiente. Desenvolvimento do trabalho: O projeto se deu primeiramente pelo processo educativo utilizando como técnica de abordagem oficinas de educação em saúde. Foram realizados cinco encontros semanais, orientados por uma equipe multiprofissional (enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social) direcionadas a equipe de enfermagem que atuam diretamente na sala de parto do referido hospital. No processo de execução do projeto verificou-se a necessidade de capacitar os profissionais com técnicas e manejos que possibilitem uma intervenção humanizada no momento do pré-parto e parto natural como um componente da Rede Cegonha, estratégia preconizada pelo Ministério da Saúde. As orientações do profissional de fisioterapia foram cruciais para o conhecimento de alongamentos, exercício de cócoras, relaxamento, caminhada, respiração adequada, e exercícios nas bolas de pilates, os quais contribuem para a diminuição da dor, aumento do diâmetro da pelve e diminuição do tempo de trabalho de parto. Além disso, foi pertinente dialogar com a Coordenação Municipal de Atenção Primária à Saúde para dar ciência do projeto, apostando na perspectiva da inclusão do tema da paternidade e cuidado, por meio do “Pré-natal do Parceiro”, visto como uma oportunidade para qualificar a atenção à gestação, ao parto e ao nascimento, estreitando vínculos afetivos familiares. Resultados preliminares: Foi possível a criação de uma sala (em adaptação) para a assistência humanizada às grávidas em situação de pré-parto; aquisição de materiais de apoio e equipamentos necessários a realização de movimentos e técnicas que facilitem a evolução natural do parto, tais como: bolas, tatame, colchonetes, barras de ferro para apoio; obtenção de eletroeletrônico: caixa de som, pendrive e televisor para demonstrar vídeos de danças e movimentos funcionais adequados para a situação; pintura da sala de parto com imagens ilustrativas de mãe e bebê. E, principalmente, valorização da participação do pai/parceiro (a) durante todo o trabalho de parto, realizando o corte do cordão umbilical do RN e lendo o “juramento” de paternidade ilustrado na parede da sala de parto. Considerações finais: Com base no exposto, vislumbrou-se resultados positivos que demostram: melhoria na estrutura física das salas de pré-parto e parto; assistência qualificada e humanizada às parturientes; obrigatoriedade da presença do pai ou outro acompanhante de sua escolha, um direito constitucional por vezes negligenciado. Além disso, pode-se perceber que as técnicas utilizadas favorecem a evolução do trabalho de parto. Contudo, observou-se também o interesse dos profissionais pelo tema, pois devido à ausência de fisioterapeuta na sala de pré-parto são os enfermeiros e técnicos de enfermagem que auxiliam as gestantes. Para tanto, é necessário capacitá-los para oferecer um atendimento diferenciado no momento importante que é o nascimento.