Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A SAÚDE RIBEIRINHA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM UM INTERIOR DE BELÉM DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Juliana Reis Almeida, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Gabrielle do Nascimento Lima, Widson Davi Vaz de Matos, Lauany Vitoria Ferreira Corrêa, Ana Clara Silva Lima

Última alteração: 2022-02-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O povo ribeirinho da Amazônia possui peculiaridades considerando o meio e a forma que vivem. As comunidades dessa população vivem de acordo com o dinamismo da natureza, no que diz respeito ao regime das águas e ecossistema de fauna/flora. Apesar das diferenças entre esse povo e outras comunidades, o Sistema Único de Saúde as compreende  como subsídio para planejar ações educativas que atendam as necessidades dessa população, por meio do princípio Equidade. Nele, a educação em saúde tem o objetivo de promover qualidade de vida e prevenir o surgimento de diversas doenças, atendendo as demandas específicas da comunidade assistida. Uma ação educativa de saúde busca melhorar os determinantes e condicionantes de saúde existentes do grupo em questão, sendo necessário entender como são os seus fatores sociais e como os mesmos podem interferir na saúde ribeirinha. Dessa forma, esse relato foi realizado com objetivo de descrever as experiências de discentes de enfermagem em ações de saúde voltadas para populações ribeirinhas em uma Unidade Básica de Saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de experiência, acerca de uma ação realizada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de uma ilha em Belém do Pará, durante as aulas práticas do componente curricular Políticas e Organização dos Serviços de Saúde do curso de Enfermagem. A experiência ocorreu no período de dezembro de 2021, ocorrendo inicialmente com a chegada dos discentes à UBS, onde conheceram a estrutura em palafita e os funcionários da unidade e seguiram para as entrevistas aos moradores da localidade. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Foi constatado que na população ribeirinha perpetua-se o saber popular, muito presente diariamente para a resolução de complicações de saúde. Dessa forma, surge o conflito entre valores culturais e o saber científico, o que dificulta a disseminação de conhecimentos acadêmicos em saúde para tal população, devido a dificuldade de conciliar os dois tipos de conhecimento e gerar uma informação de saúde adequada e útil aos pacientes. Além disso, a dificuldade de acesso à UBS tanto por parte da população ribeirinha como da equipe de saúde aos domicílios - perante a necessidade de transporte fluvial - se torna, também, um desafio para a ocorrência dos atendimentos em saúde no local. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pôde-se inúmeras dificuldades relacionadas à promoção da saúde em comunidades ribeirinhas, que vão desde o acesso inicial à assistência até a continuidade dos atendimentos como um fluxo de consultas. Se tratando de saúde, é inquestionável a necessidade da continuidade e da criação de um vínculo humanizado entre profissional e usuário, para que exista aceitação pela comunidade. A educação em saúde deve ser uma ferramenta de aproximação da enfermagem com a população ribeirinha, onde os profissionais devem adequar os conhecimentos científicos aos saberes populares existentes na região, reconhecendo-os como parte do dia a dia dos pacientes. A partir disso, essas ações irão promover uma melhor qualidade de vida e a prevenção de doenças nas comunidades ribeirinhas, o que estimulará a utilização dos serviços disponíveis no Sistema Único de Saúde.