Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DETERMINANTES SOCIAIS DA SIFILIS NO BRASIL- UMA REVISÃO DE LITERATURA
Milena Alves de Carvalho Costa, Danielle Rosa Evangelista, Jose Gerley Diaz Castro

Última alteração: 2022-02-10

Resumo


Apresentação: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível - IST, provocada pela bactéria  Treponema pallidum. Uma grave consequência da sífilis adquirida não tratada /inadequadamente tratada é a transmissão vertical do Treponema. A sífilis congênita  representa a fragilidade da assistência prestada à população. Compreender as relações entre  os fatores determinantes e condicionantes da saúde e doença de uma  população é um desafio, traduzido em modelos que buscam propor uma visualização da  trama dessas relações. Com vistas a contribuir com a compreensão dos fatores associados à  ocorrência da sífilis no Brasil nos últimos anos, este estudo teve como objetivo analisar a  produção científica acerca dos determinantes sociais da sífilis, os tipos de estudos, aspectos  dos DS abordados, concentração regional de publicações, população estudada bem como  os determinantes mais frequentemente identificados.

Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa da  literatura. Foram utilizadas as bases de dados PUBMED, LILACS, BIREME e SCIELO,  no período de janeiro a março de 2019. Os descritores, conforme, DeCS e Mesh, foram respectivamente: Determinantes sociais da saúde /Social Determinants of Health, sífilis e  infecção pelo Treponema/syphilis, perfil de saúde/Epidemiologic Measurements. Foram  identificados 5179 artigos, destes, selecionados para análise, a partir da leitura de título e  resumo 191 artigos e após critério de exclusão, analisados 44 artigos.

Resultados: As regiões Nordeste  e Sudeste concentraram a maior parte das publicações, 27,27% e 22, 73% respectivamente,  sendo a região Norte (6,82%) a que menos apresentou pesquisas publicadas sobre o  tema. Estudos nacionais representaram 18,18% das publicações. Gestantes, puérperas e  crianças, a maioria da população estudada (81,76%). 95% das produções  tratavam-se de estudos epidemiológicos transversais. As produções foram analisadas  quanto aos níveis de DS seguindo o modelo de Dahlgren e Whitehead: 34,1% dos artigos  abordaram aspectos que caracterizam os níveis 2, 3, e 4. Em 56,8% dos artigos, os macro determinantes não apareceram de forma explicita. Fator  assistência ao pré-natal foi o relacionado ao risco aumentado de sífilis congênita e  reinfecção materna e na população em geral: número de parcerias sexuais, uso de álcool e  outras drogas, não uso de preservativos em todas as relações.

Considerações finais: Os estudos que aprofundaram  nas análises dos fatores socioeconômicos e ocorrência da sífilis apresentaram que a  pobreza e as condições que vulnerabilizam ainda mais a população estão  significativamente associadas a ocorrência de sífilis, principalmente em gestantes. Assim,  torna-se essencial compreender quais e como atuam os DS no território para os  profissionais da saúde, visto que insumos necessários para diagnóstico, tratamento e  acompanhamento estarem disponíveis e acessíveis aos profissionais, mas se não apresentam  suficientes para redução no número de casos. O estudo aponta fragilidades no modelo de enfrentamento da sífilis no Brasil, que ainda é de culpabilização dos indivíduos, destacando a necessidade de melhoria da atenção à saúde, com relação às IST, além da importância do desenvolvimento de que podem contribuir para compreensão do como a população adoece e instrumentalizar profissionais para aprimoramento de ações de educação em saúde.