Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-10
Resumo
Apresentação: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível - IST, provocada pela bactéria Treponema pallidum. Uma grave consequência da sífilis adquirida não tratada /inadequadamente tratada é a transmissão vertical do Treponema. A sífilis congênita representa a fragilidade da assistência prestada à população. Compreender as relações entre os fatores determinantes e condicionantes da saúde e doença de uma população é um desafio, traduzido em modelos que buscam propor uma visualização da trama dessas relações. Com vistas a contribuir com a compreensão dos fatores associados à ocorrência da sífilis no Brasil nos últimos anos, este estudo teve como objetivo analisar a produção científica acerca dos determinantes sociais da sífilis, os tipos de estudos, aspectos dos DS abordados, concentração regional de publicações, população estudada bem como os determinantes mais frequentemente identificados.
Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram utilizadas as bases de dados PUBMED, LILACS, BIREME e SCIELO, no período de janeiro a março de 2019. Os descritores, conforme, DeCS e Mesh, foram respectivamente: Determinantes sociais da saúde /Social Determinants of Health, sífilis e infecção pelo Treponema/syphilis, perfil de saúde/Epidemiologic Measurements. Foram identificados 5179 artigos, destes, selecionados para análise, a partir da leitura de título e resumo 191 artigos e após critério de exclusão, analisados 44 artigos.
Resultados: As regiões Nordeste e Sudeste concentraram a maior parte das publicações, 27,27% e 22, 73% respectivamente, sendo a região Norte (6,82%) a que menos apresentou pesquisas publicadas sobre o tema. Estudos nacionais representaram 18,18% das publicações. Gestantes, puérperas e crianças, a maioria da população estudada (81,76%). 95% das produções tratavam-se de estudos epidemiológicos transversais. As produções foram analisadas quanto aos níveis de DS seguindo o modelo de Dahlgren e Whitehead: 34,1% dos artigos abordaram aspectos que caracterizam os níveis 2, 3, e 4. Em 56,8% dos artigos, os macro determinantes não apareceram de forma explicita. Fator assistência ao pré-natal foi o relacionado ao risco aumentado de sífilis congênita e reinfecção materna e na população em geral: número de parcerias sexuais, uso de álcool e outras drogas, não uso de preservativos em todas as relações.
Considerações finais: Os estudos que aprofundaram nas análises dos fatores socioeconômicos e ocorrência da sífilis apresentaram que a pobreza e as condições que vulnerabilizam ainda mais a população estão significativamente associadas a ocorrência de sífilis, principalmente em gestantes. Assim, torna-se essencial compreender quais e como atuam os DS no território para os profissionais da saúde, visto que insumos necessários para diagnóstico, tratamento e acompanhamento estarem disponíveis e acessíveis aos profissionais, mas se não apresentam suficientes para redução no número de casos. O estudo aponta fragilidades no modelo de enfrentamento da sífilis no Brasil, que ainda é de culpabilização dos indivíduos, destacando a necessidade de melhoria da atenção à saúde, com relação às IST, além da importância do desenvolvimento de que podem contribuir para compreensão do como a população adoece e instrumentalizar profissionais para aprimoramento de ações de educação em saúde.