Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-20
Resumo
Trata-se do relato das atividades de um Projeto de Extensão articulado à pesquisa, produzida coletivamente por professores, estudantes e egressos de cursos da área de saúde de uma universidade pública e uma privada do estado da Bahia que objetivou contribuir em um processo de desterritorialização de masculinidades tradicionais/hegemônicas e transformar aspectos que impactam a saúde de homens em tempos de pandemia da Covid-19, na modalidade remota síncrona e assíncrona. Os participantes do projeto foram: um docente, quatro estudantes, duas egressas e seis homens com grau de vínculo de amizade, família ou trabalho com estudantes/egressas. Estes foram 5 mulheres pretas e um homem branco, de que se interessaram em vivenciar momentos do pensar, agir e sentir promovendo a desconstrução das realidades pessoais e sociais de si e desses homens. Os seis homens foram escolhidos a partir do desejo do/a estudante/egressa que tivessem vínculo entre si, que tivesse vontade de participar do projeto, assinassem o TECLE digital e reconhecessem que existiam aspectos de autocuidado e de sua construção de masculinidade que queriam modificar. A cartografia foi a base do pensamento que capilarizou os momentos de condução do projeto. Este relato se produziu a partir da confecção das gravações dos encontros remotos via Microsoft Teams, que foram transcritos após autorização dos participantes e das gravações dos encontros presenciais que estudantes e homens tinham para levantar informações, refletir conjuntamente, problematizar e desenraizar práticas, pensamentos e sentimentos relacionados ao seu modo de ser homem no seu cotidiano. Projeto foi aprovado pelo CEP/UNEB anteriormente a sua realização. O primeiro momento do projeto, entre abril e junho de 2021 consistiu exclusivamente de encontros remotos para discussão feminista decolonial de gênero e masculinidades entre professor e grupo de egressas/estudantes. No segundo momento, entre agosto e dezembro de 2021, a partir das discussões, foi construído coletivamente uma sugestão de fluxograma para colheita de dados; porém, os encontros presenciais cartografariam as interferências, sentidos, pensamentos e agires. O áudio destes encontros foram gravados, transcritos e produzidos mapas cartográficos-síntese, que foram discutidos nas reuniões remotas semanais entre docente e estudantes/egressas, onde eram produzidas novas ideias, interferências e temas geradores para novos encontros presenciais com os homens. Foi possível impactar as masculinidades, modos de ser, pensar, agir e sentir de seis homens, com percursos, sexualidades, orientações sexuais, relações de trabalho, renda, cor e formas de pensar singulares e múltiplas. A sensibilidade em ato e a intuição de todos os envolvidos construíram devires de experimentação de práticas de novas masculinidades, a partir da crítica, reflexão e prática do sentido do caminho do desejo de ser homem para uma vida mais livre, sensível, acolhedora e cuidadosa de si e de outrem.