Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
Estratégias adotadas por um município na efetivação do SUS Escola, durante a pandemia de Covid-19
ALOIDE LADEIA GUIMARÃES

Última alteração: 2022-02-08

Resumo


Apresentação:

A Constituição Federal (CF) de 1988 e a Lei 8080/90, que regulamentou o Sistema Único de Saúde (SUS), trazem as bases legais e diretrizes para efetivação do SUS Escola, definindo como competência do SUS o ordenamento da formação de profissionais de saúde, e reconhecer que os serviços que integram o SUS se constituem campo de prática para ensino e pesquisa de modo a articular os interesses das Instituições de Ensino (IE) e do SUS. Reconhecendo que os serviços de saúde constituem o SUS Escola, sendo potentes cenários para o aprendizado de profissionais em formação, no município de Campinas, desde 2005, o Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde, órgão coordenador da Política de Integração Ensino Serviço Comunidade tem atuado na minimização do distanciamento entre as premissas legais e o efetivo cumprimento do papel de ordenador, que requer um processo contínuo de aprendizagem e experimentação. Em 2020, em contexto de pandemia, o município buscou estratégias que possibilitassem a inserção de estudantes nos campos de prática, atuando de maneira colaborativa com as IE em prol da formação de novos profissionais de saúde.

Desenvolvimento do Trabalho:

Em meados de 2020, em coerência com documentos técnicos e normativas divulgados pela área de Vigilância em Saúde, o município, por meio do CETS iniciou diálogo com as IE parceiras para entendimento das necessidades de formação. A partir deste diálogo, o município facultou a entrada de estudantes nos serviços a partir do mês de setembro, coincidindo com o Plano São Paulo, porém com definição de estratégias específicas para este contexto: a) modulação máxima de 05 estudantes por docente o campo de prática; b) priorização de estudantes dos últimos semestres;  c) adoção de normativas para prevenção de surtos; d) seleção de campos de prática com possibilidade de sediar os estágios. Concluída esta etapa, as estratégias foram apresentadas às IE e após concordância, foi aberto o processo de pactuação interinstitucional.

Resultados:

No decorrer do semestre, tivemos 55 unidades recebendo estudantes dos últimos semestres de curso. Foram realizados estágios de nível médio e graduação (Medicina e Enfermagem principalmente) e as IE se organizaram para que os estudantes fizessem a integralização das horas de atividades práticas. E, não tivemos registro de surtos, comprovando que as medidas foram eficazes.

Considerações:

Por meio do processo vivenciado, ficou explicitada a importância do reconhecimento do SUS Escola e seu papel na definição de estratégias que colaborem com a formação de profissionais de saúde. Verificamos também que em contextos extraordinários, é necessário ampliar o  diálogo com as IE, buscando efetivação de mudanças que contribuam para a organização dos serviços em prol dos processos formativos, Finalmente, destacamos que efetivar o SUS Escola é um aprendizado constante, que explicita disputas, mas sempre exige dos envolvidos o exercício de “criar solidariedade entre aqueles que são diferentes, mas têm, de alguma forma, o mesmo tipo de sonho” ao olhar coisas em comum com olhos diferentes, admitindo “diferentes entendimentos do perfil do sonho” (Freire, 2009)