Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
VIVÊNCIAS DE UM CAPS-I DIANTE DO IMPACTO DA COVID-19
Jonathan Cordeiro Morais, Antares Silveira Santos, Caio César Ferrira Alverga, Íris Vieira de França, Acaahi Ceja de Paula da Costa, Mateus Osório da Silva, Julia Ramos Vieira, Luciana Figueiredo de Oliveira

Última alteração: 2022-02-10

Resumo


APRESENTAÇÃO: Constantemente nos deparamos com as dificuldades vivenciadas em todo planeta pela pandemia da COVID-19 dessa forma muitas medidas foram adotadas para o combate e manejo clínico da doença. Na Saúde mental vivenciamos períodos de crise e mudanças, cabendo a seguinte reflexão: como os serviços substitutivos em saúde mental vivenciaram os impactos da pandemia da COVID-19 no seu dia a dia de trabalho? A proposta deste relato é narrar algumas das adaptações que os serviços de saúde mental enfrentaram no contexto de pandemia para continuar acolhendo as demandas de usuários/familiares/comunidade na visão de um CAPS-I no sertão da Paraíba. Descrição da experiência: A experiência se deu a partir da realidade de pandemia global da COVID-19, e suas adaptações para evitar disseminação do vírus. O período de pandemia na saúde mental é reflexo de grandes questionamentos acerca da descaracterização dos serviços que geralmente são marcados pela presença de grandes grupos e aglomerações, sendo orientados a optar pelos atendimentos individuais e em pequenos grupos com distanciamento social, o que dá espaço para uma visão ambulatorial do serviço, que por sua vez buscou adaptar as atividades de grupo para uma rotina mais flexível e com menor número de participantes possíveis. Outro fator importante a ser citado é o aumento de evasão dos casos acompanhados, fator que necessitou de estratégias de busca ativa pela equipe e pela rede tanto na zona urbana como na zona rural, para que o cuidado pudesse ir ao encontro da pessoa de saúde mental que estava impossibilitada pelo medo de comparecer ao CAPS-I. Faz-se importante mencionar que durante todo processo de pandemia, todos os presentes envolvidos com as atividades estavam testados, mesmo sem sintomas característicos, e fazendo uso de EPI’s conforme preconizavam os decretos e indicações da OMS para a não propagação da COVID-19. Impactos: Mesmo com toda evasão presencial do serviço, em grande maioria os usuários mantiveram-se estáveis, os poucos casos de crise puderam ser atendidos pela rede sem necessidade de internações prolongadas ou afastamento do ceio familiar. Pudemos perceber ainda um aumento da busca de atendimento/acompanhamento por pessoas jovens em sofrimento psíquico leve, ou transtornos transitório, modificando o perfil de usuários no serviço para o de uma população jovem mais presente e preocupada com sua saúde e segurança física e mental. Considerações finais: A adaptação da rotina de trabalho, bem como das atividades propostas para as demandas e continuidade do trabalho multiprofissional durante a pandemia da COVID-19 foram indispensáveis para a manutenção do cuidado em saúde mental. Faz-se importante rever estratégias diante das adversidades que surgem e no dia a dia de trabalho para que ao final o usuário/familiar/comunidade tenham seus direitos e necessidades acolhidas e manejadas da melhor forma possível pela equipe e pela rede.