Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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VIVÊNCIAS DE UM CAPS-I DIANTE DO IMPACTO DA COVID-19
Última alteração: 2022-02-10
Resumo
APRESENTAÇÃO: Constantemente nos deparamos com as dificuldades vivenciadas em todo planeta pela pandemia da COVID-19 dessa forma muitas medidas foram adotadas para o combate e manejo clínico da doença. Na Saúde mental vivenciamos períodos de crise e mudanças, cabendo a seguinte reflexão: como os serviços substitutivos em saúde mental vivenciaram os impactos da pandemia da COVID-19 no seu dia a dia de trabalho? A proposta deste relato é narrar algumas das adaptações que os serviços de saúde mental enfrentaram no contexto de pandemia para continuar acolhendo as demandas de usuários/familiares/comunidade na visão de um CAPS-I no sertão da Paraíba. Descrição da experiência: A experiência se deu a partir da realidade de pandemia global da COVID-19, e suas adaptações para evitar disseminação do vírus. O período de pandemia na saúde mental é reflexo de grandes questionamentos acerca da descaracterização dos serviços que geralmente são marcados pela presença de grandes grupos e aglomerações, sendo orientados a optar pelos atendimentos individuais e em pequenos grupos com distanciamento social, o que dá espaço para uma visão ambulatorial do serviço, que por sua vez buscou adaptar as atividades de grupo para uma rotina mais flexível e com menor número de participantes possíveis. Outro fator importante a ser citado é o aumento de evasão dos casos acompanhados, fator que necessitou de estratégias de busca ativa pela equipe e pela rede tanto na zona urbana como na zona rural, para que o cuidado pudesse ir ao encontro da pessoa de saúde mental que estava impossibilitada pelo medo de comparecer ao CAPS-I. Faz-se importante mencionar que durante todo processo de pandemia, todos os presentes envolvidos com as atividades estavam testados, mesmo sem sintomas característicos, e fazendo uso de EPI’s conforme preconizavam os decretos e indicações da OMS para a não propagação da COVID-19. Impactos: Mesmo com toda evasão presencial do serviço, em grande maioria os usuários mantiveram-se estáveis, os poucos casos de crise puderam ser atendidos pela rede sem necessidade de internações prolongadas ou afastamento do ceio familiar. Pudemos perceber ainda um aumento da busca de atendimento/acompanhamento por pessoas jovens em sofrimento psíquico leve, ou transtornos transitório, modificando o perfil de usuários no serviço para o de uma população jovem mais presente e preocupada com sua saúde e segurança física e mental. Considerações finais: A adaptação da rotina de trabalho, bem como das atividades propostas para as demandas e continuidade do trabalho multiprofissional durante a pandemia da COVID-19 foram indispensáveis para a manutenção do cuidado em saúde mental. Faz-se importante rever estratégias diante das adversidades que surgem e no dia a dia de trabalho para que ao final o usuário/familiar/comunidade tenham seus direitos e necessidades acolhidas e manejadas da melhor forma possível pela equipe e pela rede.