Associação da Rede Unida, Encontro Sudeste 2019

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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“Ver homens esquecidos da vida, enchendo as praças, enchendo as travessas”: experimentações e construções do cuidado no Consultório de Rua de Belo Horizonte “See forgotten men by life, filling the squares, filling the lanes”: experiments and care constru
Breno Lincoln Diniz, Aruã Siman Alves de Resende, Ana Carolina de Freitas Campos, Isabel Magalhães da Silva, Izabela Marcolino Carvalho Costa, Roberta Kelly Soares Oliveira

Última alteração: 2019-10-23

Resumo


Breno Lincoln Pereira de Souza Diniz – Consultório de Rua de Belo Horizonte (CdeR BH), brenolincolndiniz@gmail.com

Aruã Siman Alves de Resende - Consultório de Rua de Belo Horizonte (CdeR BH), aruasiman@gmail.com

Ana Carolina de Freitas Campos - Consultório de Rua de Belo Horizonte (CdeR BH), carolfreitascampos@hotmail.com

Isabel Magalhães da Silva - Consultório de Rua de Belo Horizonte (CdeR BH), belmagalhaes1@yahoo.com.br

Izabela Marcolino Carvalho Costa - Consultório de Rua de Belo Horizonte (CdeR BH), izabelamarcolino@gmail.com

Roberta Kelly Soares Oliveira - Consultório de Rua de Belo Horizonte (CdeR BH), bebeta67@gmail.com

 

Palavras chave: acolhimento; cuidado; população em situação de rua.

 

 

O acolhimento é um ato humanitário!

O acolhimento é um ato humanitário!

Já nos lembra Ray Lima.

Produz aberturas para o diálogo,

Escancara a potência do encontro,

É um exercício de entrega ao outro!

Se estou a vontade, me revelo.

Se estou desconfiado, atuo.

O Consultório de Rua é um dispositivo que produz vida onde ninguém mais aposta.

Afinal, para onde vai o que na sociedade é pisado, ignorado aos olhos do cotidiano?

Enchendo as ruas com a produção da nossa própria miséria!

Apostar na vida ‘dos ninguéns’  é apostar que a vida pode e deve mais!

“Ah, só vou se for com vocês! Sozinha ninguém olha pra mim. Eu não agüento” (sic)

“Eu não estou agüentando mais essa vida!” (sic)

“Não deixe eu enlouquecer não, não me abandonem!” (sic)

“Não desistam de mim.” (sic)

O acolhimento é um ato humanitário!

O acolhimento é um ato humanitário!

Apostamos na produção do vínculo para revelação de cicatrizes da vida, expressão das marcas profundas inabitadas?

Corpo arrasado, corpo desejado, corpo recusado, corpo massacrado!

O que fica por trás das narrativas?

Sustentamos o mundo em disputa?

Compreendemos nossos lugares e atuações nas interferências produzidas?

Conseguimos sustentar o humano?

Driblamos o assistencialismo messiânico?

Provocamos a perversidade gratuita?

Apostamos na luta antimanicomial, antiproibicionista, antirracista?

Estamos construindo outros mundos?

O acolhimento é um ato humanitário!

O acolhimento é um ato humanitário!

“O que está acontecendo comigo, tio?” (sic)

“Eu? Entrar aí? A segurança fica garrada em mim.” (sic)

“Eu estava dormindo, e chegaram batendo!” (sic)

“Eu gosto demais de cantar, sô.” (sic)

“Quando vamos ao cinema?”

Produzir interferências na cidade, fazer girar a diferença!

Construir a cidade que queremos, pautar o mundo que defendemos!

“Por uma sociedade sem manicômios!”

“Por uma sociedade sem manicômios!”

Ainda, “Por uma sociedade sem manicômios!”

Enquanto nossa ferramenta não for a liberdade, não saberemos onde queremos chegar!

Provocar a liberdade! Provocar as relações! Provocar a nós mesmo!

Apontar a cidade racista! Desafiar a lógica proibicionista, punitiva.

“As portas estão abertas, mas se as cabeças estiverem fechadas!” (sic)

“Vocês já pararam para olhar o céu? Não sentiram nem as estrelas, então.” (sic)

“Eu tenho medo de falar sobre isso, ninguém nunca entende!” (sic)

“Eu tenho vergonha de mim!” (sic)

“Fui trocada como um produto.” (sic)

“É melhor fuder com um, do que ficar sendo usada por todos.” (sic)

“Precisei virar homem para ele não fazer mais aquilo comigo.” (sic)

O acolhimento é um ato humanitário!

O acolhimento é um ato humanitário!

O acolhimento é um ato humanitário!

Encontre-me.

Encontre-se!

Encontre-me.

Encontre-se!

Encontre-me.

Encontre-se!

Quem constrói redes, derruba muros!

Inquiete-se!

“As pessoas começaram a me escutar!” (sic)

“O ser humano tem que deixar de ser capeta!” (sic)

“Eu nunca vim aqui, é a minha primeira vez.” (sic)

“Vamos fazer um piquenique, tios.” (sic)

Enquanto nossa ferramenta não for a liberdade, não saberemos onde queremos chegar!