Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Educação Popular em Saúde Mental para a Participação Popular e o Controle Social: a experiência da Associação de Usuários, Familiares, Trabalhadores e Amigos da Saúde Mental de Apucarana- Paraná
JACKELINE Lourenço Aristides, Fabíola Lorejan Laurindo, Eulles Nathan de Souza, Cleverson Xavier Xavier, Jovem do Bem Bem Jovem do Bem

Última alteração: 2019-08-01

Resumo


ao tratar sobre educação popular enquanto fruto das observações e experiências educativas de Paulo Freire no Brasil, seu principal objetivo metodológico estava, principalmente, na necessidade da classe oprimida se posicionar na educação enquanto instrumento de conscientização, libertação e transformação. O objetivo geral desse Relato de Experiência é o de promover reflexões acerca da participação popular, controle social, e Educação Popular em Saúde Mental da Associação de Usuários, Familiares, Trabalhadores e Amigos da Saúde Mental de Apucarana- PR. Os objetivos específicos são o de refletir sobre esse instrumento de Luta para o fortalecimento do protagonismo dos usuários para a luta por direitos, bem como para o empoderamento no seu cuidado, e seu livro trânsito no território; Bem como descrever as temáticas abordadas nas reuniões e oficinas, bem as reflexões suscitadas. Essas reflexões fazem parte de um Relato de Experiência da atuação desta Associação, na perspectiva dos próprios usuários, bem como das percepções de uma residente de Serviço Social da Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana e de uma tutora de Enfermagem dessa Residência. Como resultados encontramos que nas reuniões da Associação, a Educação Popular em Saúde Mental transversalizou as discussões sobre Economia Solidária, distribuição de tarefas da diretoria, Direitos dos usuários de álcool e outras drogas, e formas de controle social e participação popular nas diversas instâncias de defesa de direitos (incluindo ouvidorias, Defensoria Pública, Ministério Público, conselhos de saúde e outros, e as conferências). Enquanto reflexões dos usuários encontramos que a Associação tem sido o resgate da cidadania, da autonomia e da dignidade, e que é uma forma de se organizar e de dialogar com a sociedade. E, as reflexões por parte da tutora e da residente, são as de que em grupos historicamente marginalizados, como os usuários da saúde mental, o engajamento social é ainda mais complexo, até porque por muitos anos habitaram os manicômios e foram excluídos do convívio em sociedade. Mesmo hoje em dia, circulam na cidade com várias restrições, construir dia a dia com esses usuários que são sujeitos de direitos, não é das tarefas mais fáceis, porque isso foi negado aos mesmos por todo esse tempo. Quando os instrumentalizamos para a circulação no território, mesmo que empoderados, ainda vão encontrar preconceito. Esse processo de desconstrução de preconceitos é moroso, e requer paciência histórica, há necessidade de que os trabalhadores de saúde compreendam os avanços cotidianos dos usuários, os quais podem não ter valor para a maior parte das pessoas, mas, que podem significar muito para quem nunca teve nada. Como considerações finais, refletimos que essa Educação tem que ser compartilhada com a sociedade, diminuindo os estigmas frente a esse público. A Educação Popular em Saúde Mental, o Controle social e a Participação Popular desse grupo exige experimentação, tateamento, e, sobretudo, circulação de afetos. Podemos aprender sobre novas metodologias em outros lugares, mas, a compreensão sobre a realidade local e a necessidade de contextualização histórica é imprescindível.

Palavras chave: educação em saúde; participação da comunidade; saúde mental.