A Atenção Básica de Saúde (ABS) caracteriza-se por um conjunto de ações, que abrangem a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, com trabalho em equipe multiprofissional. Pela sua organização, a ABS constitui-se como primeiro contato dos usuários com sistema de saúde e deve resolver os problemas de maior frequência e relevância dessas populações. Sendo assim, um dos agravos mais conhecidos são as doenças respiratórias, principalmente em crianças menores de três anos. Define-se, então, como Síndrome do bebê chiador, a presença de sibilância em um período de um mês, ou pelo menos três episódios de chiado em um intervalo de dois meses, em crianças menores de três anos, sendo uma causa frequente de internações e hospitalizações, com superlotações em serviços de saúde. O objetivo deste trabalho é o de apresentar o relato de experiência de um grupo de educação em saúde e de controle de crises de bebê chiador desenvolvido em uma unidade básica de saúde da cidade de Londrina, com a participação de uma equipe multiprofissional, composta por três profissionais médicas, uma farmacêutica, uma fisioterapeuta e duas agentes comunitárias de saúde. Buscou-se estabelecer estratégias de cuidado e promoção de saúde a esses pacientes e suas famílias, visando reduzir a frequência de internações, exacerbações e crises recorrentes. Os encontros foram de periodicidade mensal, por um período de 3 meses seguidos, num total de três reuniões. A população participante foi de 23 crianças menores de três anos e de seus pais/cuidadores, sendo abordados temas como: Definições de bebê chiador, asma e suas diferenças, causas ambientais externas e internas, fatores desencadeantes das crises, tratamento medicamentoso, e a fisioterapia como tratamento complementar. Como impacto dessas ações, foi possível avaliar, que as mães apresentavam muitas dúvidas sobre os cuidados com a criança, sobre a aplicação e uso correto de medicamentos/espaçadores e dosagem de medicamento, bem como o desconhecimento das técnicas fisioterapêuticas adequadas que ajudam a promover a higiene brônquica e a desinsuflação pulmonar. Ao final das reuniões do grupo, tivemos como devolutiva, a fala das mães sobre ter sanado dúvidas, principalmente sobre dosagens de medicamentos. Das 23 crianças, 16 tiveram melhora do quadro respiratório quando retornaram para as consultas fisioterapêuticas após 15 dias do término do grupo, havendo diminuição de agendamentos de consultas médicas de emergência. Por fim, notou-se a importância deste trabalho educativo para melhorar a assistência a bebês chiadores, sua qualidade de vida e de sua família.