Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-07-23
Resumo
As Residências Multiprofissionais em Saúde (RMS) podem ser consideradas como uma das principais estratégias para se repensar o processo de formação em saúde, fortalecendo as ações para a integração ensino-serviço-comunidade. Nas RMS busca-se a articulação dos conhecimentos adquiridos na graduação com o saber e a intervenção sobre os determinantes do processo saúde-doença. Nesse contexto, destaca-se a importância da interprofissionalidade para o estabelecimento do cuidado resolutivo e humanizado, baseado em evidências científicas. Diante disso, o objetivo desse estudo foi apresentar um relato de experiência sobre a atuação da Odontologia no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Estadual de Londrina (UEL) entre os anos de 2018 e 2019, enfatizando as potencialidades e os desafios para o trabalho interprofissional em saúde. Os residentes de Odontologia desenvolvem atividades que podem ser divididas em seis eixos: atendimentos clínicos individualizados, ações coletivas, visitas domiciliares, consultas compartilhadas, matriciamentos da equipe, gestão da clínica e organização da demanda. Entre as ações coletivas destacam-se a escovação supervisionada em escolas e projetos de convivência e fortalecimento de vínculo, a participação nos grupos de emagrecimento saudável, hiperdia e cessação do tabagismo, além da colaboração na puericultura compartilhada e nas ações direcionadas à segurança do trabalhador. Observa-se que a grande demanda por atendimentos individualizados compromete parte da carga horária dos profissionais da Odontologia, dificultando a integração e a articulação com a equipe. Contudo, ressalta-se que é possível e necessário que esses profissionais estejam presentes em diferentes espaços, transpondo o campo meramente biológico e tecnicista da profissão e avançando pelos caminhos da interprofissionalidade.