Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-07-31
Resumo
A violência doméstica envolve cinco tipos de violência, sendo: violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. A violência contra a mulher é considerada uma questão de saúde pública, a qual precisa ser debatida no interior das políticas. A lei Maria da Penha nº 11.340 instituída em 2006, foi um marco na história de luta das mulheres brasileiras em busca de justiça, no intuito de punir os autores da violência. A lei considera crime a violência contra mulher, indica a responsabilidade de cada órgão público e possibilita que sejam concedidas medidas protetivas de urgência. O objetivo deste resumo é relatar uma atividade realizada com moradores da área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde em que o tema violência contra mulher foi problematizado, utilizando-se a Lei Maria da Penha e seus mecanismos de proteção para as famílias como eixo norteador da discussão. Os residentes desenvolveram a atividade com famílias de um projeto de convivência e fortalecimento de vínculos localizado no território. A atividade teve início com a leitura de um caso para que os participantes pudessem identificar quais os tipos de violência identificados na situação exposta e a partir disso, pôde-se trabalhar com as famílias, os tipos de violência contra a mulher, problematizar o ciclo da violência, apresentar e identificar quais os serviços de referência no atendimento para mulher em situação de violência existente no município. Desta forma, houveram algumas questões norteadoras a partir da leitura do caso, tais como: Quais as violências identificadas na situação? O que é o ciclo da violência? O que é uma medida protetiva? O que é um boletim de ocorrência? Quais os serviços de referência que atende as mulheres em situação de violência. Por meio desta atividade foi possível problematizar diversas questões relativas ao gênero feminino, bem como, entender a histórica violência contra mulher, vinculada ao patriarcado. Os participantes, majoritariamente femininos, puderam relatar experiências e ter voz em situações já vivenciadas. Foi possível perceber que não identificavam algumas situações como formas de violência, fato que ocasionou muito debate para entre elas. Além disso, a maioria não conhecia os serviços de referência no município para atendimento a mulher em situação de violência, bem como os mecanismos de proteção disponíveis. Neste sentido, foi possível propagar informação e orientar em relação aos serviços de referência no atendimento a essas mulheres que estão em situação de violência presentes no município.