Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-07-26
Resumo
O presente trabalho trata sobre o grupo de apoio ás pacientes com queixas de climatério, atendidas na Unidade Básica de Saúde e realizado no centro comunitário do bairro Aquiles Stenghel como iniciativa dos residentes de Atenção Multiprofissional em Saúde da Mulher. O grupo tem por objetivo acolher as vivências das mulheres com a chegada da menopausa, ofertando orientações sobre a fisiologia do climatério, os principais sintomas e porque eles ocorrem, autocuidado, envelhecimento saudável, sexualidade e consciência corporal. Diante disso, as intervenções da psicologia tiveram o intuito utilizar de recursos expressivos para favorecer a exposição de sentimentos referentes a essa fase e promover uma reflexão sobre as mudanças que ocorrem nessa fase da vida. O grupo contou com a participação de quatro profissionais sendo: Farmacêutica, Nutricionista, Psicóloga e Profissional de Educação Física que promoveram orientações e solucionaram dúvidas das mulheres. Para constituição do grupo, foram realizadas consultas compartilhadas a fim de identificar os sintomas presentes nas pacientes. Num total de 22 consultas ocorridas, cinco mulheres com idade entre 46 e 59 anos, compareceram aos encontros semanais propostos, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) concordando em participar do grupo como coleta de dados para o desenvolvimento da monografia da equipe. Ocorreram seis encontros semanais, onde a psicóloga utilizou-se de atividades temáticas que trabalharam, respectivamente: o corpo, envelhecimento, autocuidado, sexualidade/relacionamentos e produções subjetivas. Tais temáticas foram pensadas em consonância com as demais especialidades da residência. Por conta disso, os temas escolhidos seguiram uma linha minimamente lógica, onde temas que foram considerados pelo grupo como prioridades, antecederam os demais. Para as intervenções foram utilizados recursos expressivos como a argila, desenhos, acessórios estéticos, recorte e colagem, entre outros. As observações psicológicas foram obtidas a partir da maneira como as participantes executaram as tarefas propostas, na disponibilidade em discutir as vivências e pelo vínculo estabelecido com as demais participantes e a equipe multiprofissional. Após a realização dos encontros, foram registrados diários de campo com relatos dos acontecimentos e falas mais relevantes, obtendo assim conteúdos significativos para serem explorados sobre os resultados da intervenção psicológica com as mulheres. Ao longo das atividades, abriu-se espaço para que as pacientes colocassem espontaneamente as suas vivências e verbalizassem como se sentem nessa fase. No geral, as mulheres apresentavam como queixa as modificações extremas do corpo, como ganho de peso, unhas e cabelos quebradiços e as rugas. Elas trouxeram as dificuldades com chegada de sintomas como fogachos e a irritabilidade, além das adversidades nos relacionamentos afetivos e nas dificuldades com o autocuidado, principalmente diante da dedicação aos trabalhos domésticos e cuidado com a família. Portanto, notou-se que a falta de informações sobre a chegada dessa fase da vida pode gerar angústias e impasses em lidar com o envelhecimento. Além disso, a junção de orientações sobre o hábitos de vida saudáveis com a expressão das dificuldades de mudanças instituíram laços entre as mulheres que trocaram experiências entre si e puderam notar que é possível atravessar essa fase com qualidade de vida.