Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-08-01
Resumo
O acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização, que deve estar presente em todos os serviços de saúde e pode ser realizado por todos os profissionais, independentemente de sua categoria profissional (BRASIL, 2009). A escuta qualificada é uma vertente do acolhimento, que busca reconhecer as queixas dos usuários, para uma resolução efetiva de suas necessidades (RAIMUNDO; CADETE, 2012). Trata-se de um relato de experiência com o objetivo de explicitar uma vivência no processo de formação de duas residentes, dentro do Programa de Residência Multiprofissional de Atenção Básica em conjunto com o Programa de Residência em Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana-PR, através do Projeto “Conte-me histórias da Vida”. Inicialmente realizamos o reconhecimento do território atendido por nossa Unidade Básica de Saúde, para identificação de demandas. Através do processo de territorialização, observamos uma forte carência de escuta qualificada, o que interfere em todo o processo de atenção à saúde. Com a detecção desta demanda, iniciamos o projeto “Conte-me histórias da Vida”, que tem como objetivo ofertar escuta para comunidade. Participam da intervenção, o cirurgião dentista, a enfermeira de saúde mental e a profissional de educação física. A atividade é desenvolvida nas segundas-feiras, no período matutino, utilizamos apenas um cartaz com a seguinte frase: '' Conte-me Histórias da Vida'', cadeiras e pessoas dispostas a conversar. Sempre houve alta demanda, a cada encontro vivenciamos histórias novas, mesmo aqueles que estão de passagem e não param para dialogar demonstram curiosidade sobre a nossa abordagem, além de obtermos diversos elogios. Está ação, descontraída, permite a diminuição na demanda de recepção da UBS, pois muitas vezes, os usuários procuram o setor apenas para socializar. O impacto da escuta sem julgamento, possibilitou um olhar humanizado, onde encaramos o outro como protagonista, dessa forma, alcançamos um maior comprometimento e resolubilidade no encaminhamento correto, quando necessário. Almejamos expandir a intervenção em outros momentos, com rodízio de profissionais, para que todos possam ter a oportunidade desta vivência.