Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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RECREAÇÃO E LAZER COMO FERRAMENTE DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Renata Silva Rosa, Euler Bochniak Andrade, Francieli Nogueira Smanioto

Última alteração: 2019-07-27

Resumo


Atenção à saúde no Brasil inicialmente era centrada na assistência médica, onde somente os trabalhadores formais tinham acesso ao serviço (CARVALHO, 2009). O modelo era curativista, voltado apenas para o tratamento da doença já instalada, este tornou-se cultural para os brasileiros (FERTONANI et al. 2014). A revolução dos movimentos sociais, as discussões da 8º conferência de saúde e a constituição de 1988, foram passos importante para criação do SUS, e o início da implantação da atenção primária na saúde coletiva (PAIVA; TEIXEIRA, 2014). Trata-se de um relato de experiência, com objetivo descrever uma ação realizada como forma de fomentar a análise crítica do processo de trabalho, identificação de demandas e o aprimoramento da atenção à saúde voltada à promoção e prevenção da saúde, visando a adequação de uma abordagem humanizada nas intervenções. Nossa equipe de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana-PR, promoveu uma ação de lazer e recreação com as crianças e seus familiares, ocorreu em um sábado, no período matutino. As brincadeiras envolviam: elástico, pintura de rosto, futsal, boliche, pular corda, jogos de tabuleiro e música. Participaram deste momento cerca de vinte crianças e seis adultos, além da equipe de profissionais que organizou o evento, composta por um cirurgião dentista, uma enfermeira, uma psicóloga, uma profissional de educação física, uma nutricionista e um fisioterapeuta. A comunidade que recebeu esta intervenção é constituída majoritariamente por mulheres e crianças, os moradores apresentam baixa condição socioeconômica. O bairro em questão, foi projetado pelo programa “ Minha Casa Minha Vida”, encontra-se distante dos equipamentos sociais presentes no território, o que dificulta a identificação social da população, que consequentemente gerou isolamento desta comunidade. A atividade promoveu uma atenção à saúde além do modelo biomédico, para afora do que tivemos contato durante a graduação. Percebemos grande necessidade de atenção continuada naquele ambiente. Enquanto profissionais de saúde, buscamos a criação de vínculo, o que ocorreu de forma positiva, possibilitando a identificação de demandas reprimidas que normalmente não aparecem na Unidade Básica de Saúde.  O trabalho multidisciplinar proporcionou um olhar ampliado, além do núcleo de saber. Apesar de ser uma ação pontual, com poucos recursos, a vivência proporcionou reflexões no modo como ofertamos serviços para a comunidade, uma semente para futuras transformações na maneira de disponibilizar os serviços, nos atentando mais para ações voltadas a integralidade da saúde do usuário e não apenas para o levantamento de doenças. Um dos objetivos era identificar demanda reprimida nesta área do território, mas fomos surpreendidos com a ação, pois identificamos demandas internas, o modelo assistencialista está enraizado na cultura dos usuários e também de alguns profissionais de saúde, é necessário realizar uma análise introspectiva sobre alguns paradigmas ultrapassados presente em nossas mentes.