Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-07-31
Resumo
A prática regular de exercícios físicos pode melhorar a condição de saúde, e trazer o bem-estar geral para o indivíduo. Entretanto, existem várias barreiras para a aderência de programas de exercícios, como a falta de tempo e/ou de motivação. Um dos facilitadores para a aderência a programas de exercícios é estabelecer o vínculo entre os participantes de grupo para fortalecer as relações sociais. A participação em atividades de grupos é importante no momento do envelhecimento, pois nesta fase da vida as pessoas passam por períodos de perdas, lutos, ficam sozinhas e podem ter comprometimento físico, emocional e psíquico. Estudos demonstram que práticas corporais são um importante suporte para pessoas que precisam lidar com as situações referidas, e possibilitam a constituição de redes de apoio. Neste trabalho será relatada a experiência de intervenções realizadas com articulação interprofissional, em dois grupos de práticas corporais, que tem por intuito promover coesão grupal e funcionamento coletivo. O trabalho é desenvolvido no espaço cedido por duas igrejas católicas na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde do Lindóia, em Londrina - PR, com a participação integrada de profissionais da Residência Multiprofissional de Saúde da Mulher (RMSM) da Universidade Estadual de Londrina, e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Os grupos de práticas corporais ocorrem em dois encontros semanais, e contam com a participação de cerca de 100 pessoas, com a média de idade de 65 anos e a maioria mulheres. Em cada encontro é realizado um programa de exercícios para fortalecimento muscular, melhora da capacidade aeróbica e mobilidade articular, proposto pelas profissionais de Educação Física. Iniciado em março de 2019, observou-se que os participantes estavam dispersos e receosos com a nova profissional de Educação Física da RMSM. Para promover a interação e vínculo no grupo, propôs-se a atuação integrada da Psicóloga da RMSM em encontros semanais, realizando atividades e dinâmicas grupais. Com o início das atividades da Psicóloga, além das atividades corporais, também foram proporcionados momentos de descontração, reflexões sobre sentimentos, inquietações, limitações, entre outras questões. Com essa integração, observou-se maior coesão entre os participantes, maior adesão às atividades e aumento de participantes. Assim, conclui-se que a articulação interprofissional entre as Profissionais de Educação Física e a Psicóloga tem sido uma ferramenta relevante para contribuir com os grupos do território, visto que além dos benefícios para a saúde biológica, promove-se um espaço de diálogo, escuta e laço social.