Associação da Rede Unida, Encontro Sul 2019

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Marginalidades sociais e a produção de cuidado pela arte.
FABIO HENRIQUE MARTINS SILVA, JOSEPY VENTURA PENHA DOS SANTOS

Última alteração: 2019-08-01

Resumo


Apresentação: Este trabalho tem por objetivo apresentar a produção de cuidado para jovens e adolescentes que cumprem medida socioeducativa e que participam de oficinas de artes.

Desenvolvimento do trabalho: O SINASE, implantado como Lei no ano de 2012, se apresenta como um sistema que propõe estratégias socioeducativas em meio aberto, em detrimento das medidas de privação de liberdade, que ainda ocorrem em grande número no Brasil. O SINASE ainda se propõe focar desde o atendimento do adolescente até a construção de políticas públicas que colocam a juventude no centro de sua prioridade. Deste modo, a oferta de oficinas artesanais e rodas de conversa, com o propósito de estimular o contato com a arte e a emancipação social, econômica e política, tem a finalidade de promover um desenvolvimento do pensamento crítico, tendo em vista que muitos dos artesanatos podem vir a ser uma geração de renda e favorece a prática dos planos legais de atendimento na rede de Assistência Social dos municípios.

Resultados ou impactos: A inserção da arte nas medidas socioeducativas, favorecem um impacto direto na vida dos jovens e adolescentes, tendo em vista que é recorrente a falta de acesso à educação, cultura e evasão escolar. A utilização da arte como uma mediadora entre as ‘medidas’, impulsiona a geração de afetos e pensamentos nos adolescentes que por muitas vezes ainda carregam estigmas de marginais, menores infratores e trombadinhas. Deste modo a oficina de artes, por sua vez, tem como um dos objetivos dar-lhes a oportunidade de assumir seu próprio percurso frente as adversidades sociais que enfrentam diariamente e assim contornar por outras linhas, o alinhavo de uma subjetivação pautada no estilo e singularização artística, como modo de expressão de suas competências e criações.

Considerações finais: Deste modo, consideramos que este é um campo contínuo de estudos e práticas, do qual demanda avaliar com as políticas públicas a efetividade do plano legal para a efetivação do campo social. Consideramos ainda que os planos legais, não se executam sozinhos e não bastam por si só, além de um processo de conscientização não apenas do poder público, como também da sociedade em geral, para haver real inserção artística na vida dos adolescentes e real transformação das condições marginais de existência, é preciso que o modelo socioeconômico, do qual se originou as desigualdades sociais, seja ultrapassado.