Associação da Rede Unida, Iº Colóquio CISMEPAR

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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GESTÃO DO FLUXO CIRÚRGICO: “LARGE TO SMALL” PARA “SMALL TO LARGE”
Lino luis sanches Larangeira, Regina Celia Longhi

Última alteração: 2019-11-21

Resumo


A dificuldade de obter um tratamento operatório com resolutividade e efetividade, diminuindo custos, se mostra como a situação mais cruel dentro do sistema de saúde.

Ineficiência de estrutura hierárquica, pouca seriedade e conhecimento na utilização dos recursos na saúde, investimentos inadequados tanto em hospitais como com tecnologias onerosas, promovem formação de filas agendamento.  A literatura é enfática: países com pagamento médico por procedimento possuem menos filas do que países que utilizam um salário fixo.

Atualmente a consulta no sistema de saúde é baseada numa grande lista (LARGE GROUP) de necessitados, onde técnicos do sistema de saúde direcionam os necessitados (pacientes) para as estruturas contratualizadas (consórcios, hospitais, clinicas). Estas (capacitação técnico-operacional) redirecionam os necessitados para os responsáveis médicos (capacitação técnico-profissional) que efetivarão o atendimento (SMALL GROUP).

No “small group”, a lei define seu representante: capacidade de ser detentor de execução de obra ou serviço de características semelhantes. Definindo: profissional com capacidade técnica diária com a doença, pressentimento baseado em tratamentos anteriores com a doença (“felling”) e adaptado na medicina de evidências. Vejam características semelhantes no dia a dia, não quer dizer realizar histerectomias diariamente e realizar uma hepatectomia ocasionalmente.

Adotar uma metodologia de fluxo operatório baseada no “SMALL GROUP”, onde a capacitação técnica profissional efetiva é que determinará que pacientes deva atender.

A proposição surgiu pela observação de que a maioria dos doentes com Doença Inflamatória Crohn ou Retocolite ulcerativa (DII) se encontravam dispersos por diversos médicos. Realizam exames especializados na área de DII, são obrigatoriamente retornados ao seu médico inicial, mas muitas vezes a alteração especifica descrita não são do dia a dia do médico inicial (cirurgião geral), ele encaminha para outro especialista. Nova fila, sem resolutividade ou efetividade do problema, mais custos. O Serviço de Doenças Inflamatórias da Coloproctologia foi criado a partir do modelo proposto “small to large”.

A doença é vista no seu maior âmbito de espectro, desde diagnóstico, exames complementares e tratamento clinico ou cirúrgico por profissional com capacidade técnico profissional diário para a doença em questão. Acompanho 50 pacientes. Destes, 14 são de doença de Crohn, sendo que quatro (04) pacientes foram operados por estenose de intestino delgado e que já estavam há mais de 04 anos em fila de espera em Hospital Terciário (porém não queriam operar devido “riscos”). Uma paciente de 24 anos, após três anos, teve suas fístulas perianais cicatrizadas após tratamento clinico especializado, associado com 03 cirurgias realizadas e atualmente atua ajudando outros pacientes com a doença. Realização de colectomias, enterectomias, plastia de delgado, suporte nutricional parenteral e atendimento aos operados em serviços de urgência possuem esta referência. Endoscopia, bioquímica da DII com credenciados e laudos medicação especial pelo serviço. Falta patologia de referência em DII. Aumentou-se a dimensão cirúrgica que era ausente para 90% dos pacientes. A medicina de evidências rege o serviço e respalda toda atuação médica, com segurança, transparência e empatia. A verdadeira humanização se reflete pela resolutividade do problema.

A literatura é enfática em mostrar que os resultados positivos obtidos com especialista (“small group”) são maiores do que com o generalista, consequentemente haverá menores gastos com maior resolutividade e efetividade ao paciente.