Associação da Rede Unida, Iº Colóquio CISMEPAR
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2019-11-22
Resumo
O Centro Mãe PR enquanto atenção secundária à saúde é responsável pelo acompanhamento às gestantes de risco intermediário e alto no cuidado pré-natal. Recebemos demandas dos municípios da 17° Regional de Saúde, e percebemos como importante sempre pensar e avaliar como temos organizado a gestão, planejamento e organização do fluxo, de forma a harmonizar a quantidade de atendimentos com a qualidade dos serviços prestados e efetivar os objetivos do programa. Atualmente o fluxo tem inicio no serviço de atenção primária (Unidade Básica de Saúde – UBS), que é responsável pela captação precoce e acolhimento inicial das gestantes, fazendo avaliação dos fatores de risco gestacional. Quando encaminhadas para o nosso serviço, a gestante em primeira consulta é acolhida em grupo com a profissional do serviço social e atendida pelos profissionais de obstetrícia, enfermagem, nutrição e psicologia. Na acolhida as gestantes são incluídas em grupos de gestantes, subdivididos em critérios de idade gestacional e cronológica, para suporte das questões de ordem orgânica, psíquica e social, e/ou encaminhadas para atendimento psicológico ou social individual. A partir deste ano, reorganizamos o fluxo de forma a manter em atendimento psicológico individual aquelas gestantes que tem alguma questão de saúde mental estritamente relacionadas ao período gestacional. Nos demais casos, fazemos contra referência à UBS e/ou encaminhamento aos dispositivos de atendimento em saúde mental disponíveis no município de referência, pois entendemos que esse cuidado precisará se estender e fortalecer para além da gestação. Nos grupos que realizamos, que acontecem em quatro encontros, abordamos os fatores de risco que as trouxeram ao serviço, explorando a questão do autocuidado e de hábitos saudáveis de vida. Refletimos também sobre a questão do trabalho e os direito da gestante trabalhadora, esclarecendo sobre diretos previdenciários. No terceiro encontro apresentamos o programa de planejamento familiar com seus objetivos e critérios, e buscamos conhecer como esse bebê chega a essa dinâmica familiar. No ultimo dia discutimos sobre as vias de parto e direitos da gestante. Percebemos que as gestantes que passam pelo grupo relatam a importância de conhecer seus direitos e a forma de acessa-los e entendem melhor a questão do controle social. Além disso, dizem encontrar um espaço onde são olhadas e cuidadas de forma integral. Falar sobre as vias de parto e a importância do acompanhante tem permitido às mulheres sentirem-se mais seguras nessa hora que mobiliza tantas angústias. Por fim, percebemos que oferecer um cuidado integral à gestantes tem permitido intervir precocemente em fatores de risco para essa relação mãe-bebê, e também minimiza-los, uma vez que o próprio espaço de fala permite elaborar muitas angústias. Dessa forma e possível dizer que o trabalho com grupos de gestantes tem se mostrado um dispositivo muito importante de troca, informação e acolhida, acreditamos ser isso fundamental quando pensamos no objetivo maior do programa que é minimizar riscos para o desenvolvimento da criança, já desde quando é concebida.