Associação da Rede Unida, Iº Colóquio CISMEPAR
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Tamanho da fonte:
OS ESPAÇOS DE RELAÇÃO DIALÓGICA COMO ELEMENTOS INOVADORES PARA A GESTÃO DE UM CONSÓRCIO PÚBLICO DE SAÚDE
Última alteração: 2019-11-25
Resumo
A forma como o caminho é percorrido no âmbito da gestão do trabalho nas organizações determina o panorama de resultados que surgirão e para o dimensionamento da potencia a ser desenvolvida no âmbito de uma organização. Com isso, este estudo se propõe a analisar como se constrói o caminho e quais passos são dados na gestão diante do desafio de avançar em meio às relações sociais em um consórcio público de saúde. Considerando a estrutura do consórcio ser representada fundamentalmente pela relação entre os entes federados e tendo em vista que a relação federativa é essencialmente dialógica o modo como se constroem as relações nas organizações desta natureza pública consorciada é um desafio. Isto porque, a existência de espaços dialógicos e a potência da relação social são elementos importantes no que se refere à arte de fazer gestão e inovar. Desta forma, ao analisar os Consórcios Públicos de Saúde e sua atuação por meio da ação coletiva, considerando serem estes instrumentos de apoio à gestão, que no caso do território analisado, compreende a gestão municipal, é possível verificar que, enquanto organização, sua produção não é um serviço, mas um bem público. Além disso, é preciso ainda elencar como os elementos da administração da organização serão desenvolvidos, no que se refere a esses modos de exercício do poder, os quais poderão se constituir por meio de elementos democráticos que se caracterizam pela inovação. Considerando a necessidade de aplicação de ferramentas de gestão que resultem na cooperação por meio da ação coletiva, verifica-se a necessidade de adoção de uma política dialógica, que fomente a alteridade, a solidariedade e a identidade coletiva. Neste sentido, as ferramentas identificadas foram classificadas em três níveis de articulação e encontram-se em diferentes etapas de desenvolvimento, quais sejam: a) nível de relação federativa; b) nível de relação interinstitucional; c) nível de relação diretiva. O primeiro nível, o nível de relação federativa consiste na garantia de espaços dialógicos abertos para o planejamento e a avaliação dos desafios, avanços e necessidades dos entes federativos. Este nível dispõe de elementos estabelecidos como instâncias formais e informais de relação federativa, como reunião de gestão municipal, reunião de identidade territorial, reunião técnica de regulação, conselho curador e assembleia geral. O nível de relação interinstitucional corresponde à participação dos diretores do consórcio em instâncias de discussão técnica, tais como os grupos condutores, grupos técnicos, câmara técnica e outras reuniões interinstitucionais. Por último, a reunião do colegiado diretor, reunião de apoio diretivo para fins de controle interno e reunião de apoio diretivo para fins jurídicos. O consórcio público de saúde é uma organização que demanda elementos inovadores de gestão, que apresentem resultados no âmbito da cooperação e da ação coletiva. O consórcio em questão possui uma variedade de elementos em fase de implantação, em desenvolvimento ou consolidados, com potencial significativo para modificar as relações federativas, interinstitucionais e diretivas.