Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SABERES DA COMUNIDADE ACERCA DA APLICAÇÃO DA MANOBRA DE HEIMLICH: AÇÃO DE UMA LIGA ACADÊMICA EM SAÚDE
Tatiane Lima da Silva, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Rebeka Santos da Fonseca, Renan Fróis Santana, Franciane de Paula Fernandes, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Simone Aguiar da Silva Figueira

Última alteração: 2017-12-11

Resumo


Apresentação: A aspiração de corpo estranho (ACE) é caracterizada por uma intercorrência grave e que, potencialmente pode levar a óbito. Estudos revelam que pode ocorrer em qualquer fase da vida, porém possui maior incidência em crianças, compreendendo cerca de 80% dos casos de ACE com um pico de incidência entre 1 e 3 anos. Nas crianças, o episódio de asfixia tem o quadro de engasgo seguido de acesso de tosse, muitas vezes acompanhado de cianose perilabial. A identificação precoce da ACE é essencial, pois o retardo no seu reconhecimento e tratamento pode incorrer em sequela definitiva ou um dano fatal. Assim, o uso da manobra de Heimlich é o atendimento inicial nessa situação, cujo a técnica consiste na aplicação de cinco compressões interescapulares ou cinco compressões abdominais com a finalidade de remover o corpo estranho das vias aéreas. Para tanto, torna-se necessário que a população em geral receba capacitações e cursos de atualizações com intuito de reconhecer as situações norteadoras de riscos de acidentes na infância, intervindo e agindo na prevenção destes. Assim, o estudo objetivou analisar o conhecimento de adultos sobre a aplicação da manobra de Heimlich após a realização de um método de educação em saúde, a partir de uma ação em saúde realizada no município de Santarém-PA. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, desenvolvido por discentes e docentes da Liga Acadêmica de Saúde Coletiva da Amazônia (Liascoa) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Campus XII, durante a execução do Projeto Uepa na Comunidade, projeto este centrado na extensão universitária, efetivado no município de Santarém-Pará, em outubro de 2017. Foram realizadas orientações pelos acadêmicos de enfermagem sobre a aplicação da manobra de Heimlich utilizando bonecos com tamanhos que simulavam a estrutura corpórea de crianças, incluindo-se bebês, com a abordagem em especial para adultos que possuíam filhos menores de 10 anos, após foi empregado um questionário fechado aos participantes a fim de se obter o conhecimento alcançado da temática. A análise dos dados ocorreu através do uso da estatística descritiva, utilizando o programa Microsoft Excel (2016) para melhor disposição dos dados. Resultados e/ou impactos: A amostra do estudo compreendeu 13 participantes, com idades que variavam entre 18 a 67 anos, cuja média foi de 35,3 anos, no qual 61,5 % eram do sexo feminino e 38,5% do masculino. No que se refere à renda mensal familiar, a mais incidente foi de 1 a 2 salários mínimos e de 3 a 4 salários mínimos, correspondendo a 38,5% cada. Quanto ao estado civil, o de casado ou vivendo com o parceiro se evidenciou em 61,5% dos pesquisados, seguido de 30,8% solteiros e 7,7% viúvo. A educação em saúde explicitou que em crianças com idade inferior de um ano (bebês), o procedimento consiste em posicioná-la em decúbito ventral com a cabeça levemente inclinada para baixo, estando a criança apoiada na perna do socorrista, que utiliza como auxílio a mão, e com ela segura a cabeça pelo mento com o primeiro e quinto metacarpo, pois a maioria da comunidade não está capacitada para realizar o atendimento de primeiros socorros, visto não possuir conhecimento acerca do assunto. Posterior à ação educativa, foi aplicado o questionário, o primeiro questionamento avaliou se os indivíduos conheciam a manobra de Heimlich, no qual 84,6% responderam que sim, e 15,4% não, isso refere que mesmo sendo um índice pequeno dos que desconhecem, a capacitação do leigo em suporte básico de vida é fundamental para salvamento de vidas e prevenção de sequelas, pois este atuará prestando os primeiros socorros, sendo esses cuidados imediatos devendo ser prestados obrigatoriamente de forma rápida e eficaz na reversão do perigo eminente de vida que a pessoa se encontra, atentando para o cumprimento dos principais objetivos que são a manutenção das funções vitais e a prevenção de agravamento de suas condições através da aplicação das medidas e procedimentos enquanto a assistência qualificada não está presente. Referente à questão sobre se eles acreditavam que a manobra de Heimlich poderia reverter à asfixia, todos os indivíduos responderam sim, mostrando que se apreendeu da palestra o conteúdo assertivo sobre a temática, pois se uma criança apresentar obstrução completa, com incapacidade de falar ou tossir, a asfixia poderá rapidamente ser letal, sendo a manobra de heimlich usada para promover o deslocamento do objeto usando tapas nas costas e compressões torácicas em lactentes e crianças maiores. Outro ponto investigado foi se os envolvidos na pesquisa já haviam presenciado o ato da pessoa com engasgo, 61,5% responderam sim, evidenciando que os acidentes que envolvem obstrução das vias aéreas são frequentes no cotidiano da comunidade, pois se verifica, atualmente, que o número de crianças que apresentam ACE tem aumentado, seja ela parcial ou total, além disso, a ocorrência nas demais faixas etárias do ser humano é possível. Os pesquisados também foram perguntados se já tinham visto outra pessoa realizar a manobra antes da orientação, sendo que 53,8% já haviam presenciado, esse resultado positivo se dá por ocorrer, geralmente, a realização de cursos de primeiros socorros aplicados em intuição de ensino ou local de trabalho onde os participantes atuavam. E, por fim quando indagados se após a orientação conseguiriam aplicar a manobra de heimlich, 92,3% afirmaram que teriam capacidade de fazê-lo, corroborando com um estudo que realizou um projeto de extensão no ensino da prática da manobra de heimlich em que alguns participantes relataram que já vivenciaram situações semelhantes e que, se tivessem informações necessárias, poderiam ter prestado ajuda com mais qualidade técnica às vítimas. Considerações finais: Dessa forma, percebeu-se que a maioria dos participantes já possuía saberes acerca da prática da manobra, porém com dúvidas sobre detalhes de como aplicá-la. Ademais, após a orientação se consideraram mais capazes de realizá-la, caso se deparassem com a ocorrência do engasgo. Além disso, a ação se mostrou importante na construção acadêmica do estudante de enfermagem, pois a atuação do enfermeiro não se restringe apenas à assistência direta, mas de participar na execução do socorro às vítimas em situação de emergência interno ou externo ao ambiente hospitalar, também desenvolve atividades educativas como instrutor, participando na revisão dos protocolos de atendimentos, elaborando material didático, além de atuar junto à equipe multiprofissional na ocorrência de calamidades e acidentes de grandes proporções.


Palavras-chave


educação em saúde; manobra de heimlich; relações comunidade-instituição