Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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TERRITORIALIZAÇÃO EM ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF): EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO SOB A ÓTICA DO TRABALHO
Roqueline Bárbara de Jesus Damasceno, Ítalo Ricardo dos Santos Aleluia, Lucas Toriyama Ribeiro, Andrey Santos de Jesus, Ângelo Passos Aragão, AMANDA ARAÚJO DE ANDRADE, BIANCA DOS ANJOS SAMPAIO E SILVA

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


Modalidade: Resumo simples

Tipo: Relato de experiência

Tema: Trabalho

APRESENTAÇÃO

O fracasso do modelo de formação flexneriano tem justificado estratégias formativas em saúde centradas na Atenção Primária à Saúde (APS). A curricularização de atividades de cooperação entre cursos de graduação e unidades de APS é fundamental na formação de futuros profissionais e qualificação do processo de trabalho nos serviços saúde. Esse produto relata experiência de territorialização em área de abrangência da ESF no município de Barreiras-Ba, desenvolvida em cooperação com a disciplina “Práticas em Saúde Coletiva I: a comunidade”, do curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

A presente experiência integra o conteúdo programático das atividades práticas da disciplina, onde se propõe que alunos do primeiro semestre do curso realizem a territorialização de áreas adscritas à ESF. A experiência foi dividida em três momentos: (A) imersão teórica sobre territorialização em saúde; (B) operacionalização da territorialização em parceria com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para atualização cadastral dos usuários, mapeamento da distribuição de agravos, pontos de vulnerabilidade e equipamentos sociais do território. Nesse momento, a turma foi dividida em grupos proporcionais ao número de ACS, responsáveis pela territorialização de microáreas distintas; (C) sistematização dos dados com a construção de um mapa territorial dinâmico e suas áreas devidamente sinalizadas por ruas e microáreas, com dados referentes à frequência e distribuição dos problemas de saúde, bem como seus equipamentos sociais.

IMPACTOS

Ao familiarizar os estudantes de medicina, enquanto agentes futuros, com a realidade e dinâmica da APS, ressalta-se a importância dessa experiência na construção de competências sobre leitura de territórios comunitários, uma vez que o mesmo passa por diversas modificações, sejam elas no seu aspecto físico, cultural e populacional, interferindo diretamente no processo-saúde doença, dada interação sujeito-espaço. Além disso, frisa-se o impacto da atividade para fortalecimento do processo de trabalho da equipe de APS, já que através da referida integração foi possível conhecer os riscos sanitários e sociais que acometem a população do território adscrito, subsidiando um desenho do perfil epidemiológico e a elaboração ou reorientação das práticas de gestão e atenção da equipe.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência permitiu não somente uma vivência de formação em saúde, mas a construção de uma ferramenta de trabalho para o serviço de APS, subsidiando futuras propostas de intervenção na área de abrangência que, consequentemente, podem ser mais efetivas, uma vez que essa construção conjunta viabilizou o reconhecimento da dinâmica do território e o fortalecimento do trabalho em equipe/interdisciplinar. Vale ressaltar, a importância do papel dos ACS nesse processo, uma vez que são fortes conhecedores do território e foram grandes parceiros na operacionalização deste trabalho.

Conhecer o território permite desconstruir uma ideologia que foca a leitura patológica exclusiva e negligencia as dimensões culturais do sujeito e a sua interação no espaço social, permitindo, assim, apontar a necessidade, inclusive de ações promotoras de saúde.

Palavras-chave


Territorialização; SUS; Saúde da Família