Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CUIDADO DE ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Tayná Ferreira de Souza, Sheila da Silva Marques, Gláucia Magalhães da Silva, Maria Criscimara Nascimento Souza, Francivaldo de sousa Silva, António manuel Sousa

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


 

Introdução: A amamentação é a melhor estratégia de vínculo, afeto, proteção e nutrição para criança e constitui umas das intervenções mais expressivas para redução da morbimortalidade infantil. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 05 anos em todo o mundo, porém apesar de todas as evidências científicas provando a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena, as prevalências de aleitamento materno no Brasil, estão bastante aquém das recomendadas. Considerando ser a educação um potente instrumento para a autonomia e decisão dos sujeitos, as práticas educativas são atividades de educação em saúde, que visam desenvolver tanto a capacidade individual quanto coletiva, com o propósito de melhorar a qualidade de vida e saúde, garantindo acesso a bens e serviços de saúde de qualidade. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por discentes de enfermagem na promoção do aleitamento materno. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado em duas maternidades do município de Manaus-AM. Foram desenvolvidas atividades de educação em saúde sobre amamentação durante o ensino teórico-prático da disciplina Educação em Saúde do sétimo período do curso de enfermagem. Esta ação dividiu-se em duas palestras, a primeira voltada para a mulher gestante, abordadas durante a consulta do pré-natal realizada no Hospital e Maternidade Santo Alberto, e a segunda direcionada para as puérperas no período de pós-parto no Hospital e Maternidade Unimed, nos permitindo assim abordar a mulher em todo ciclo gravídico-puerperal. Inicialmente foi realizada uma reunião com os responsáveis pelos respectivos setores em ambas as instituições para esclarecer os objetivos e métodos empregados na atividade, diante disso obtivemos a autorização e agendamos as datas para concretização da ação. Quando chegamos às unidades nos identificamos à equipe de plantão e em seguida nos apresentamos e iniciamos uma conversa informal com os ouvintes. Para estimular a participação e interação o assunto estava explanado em folders entregue para todos os participantes, sendo também utilizada uma boneca para demonstração do posicionamento mãe-bebê para uma boa amamentação, ao final foram entregues pequenos brindes. Resultados e Discussão: Participaram da atividade 40 pessoas entre elas, gestantes, puérperas, avós, irmãs e maridos nas duas instituições. Entre os assuntos abordados destacam-se a importância e os benefícios do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, o posicionamento adequado para uma boa pega, e as dificuldades enfrentadas pelas progenitoras durante o manejo da amamentação como mamilos planos ou invertidos, ingurgitamento mamário e mastite. Iniciou-se atividade com a seguinte pergunta: o que vocês sabem sobre a amamentação? Procurando saber o nível de conhecimento que os ouvintes tinham em relação à temática abordada. Observou-se que todos admitem a importância aleitamento materno em relação à nutrição, porém poucas conheciam os benefícios em relação a exclusividade até os 6 meses de vida, vantagens para a mãe e principalmente para o lactente, assim como para família. A partir disso sucedeu-se a troca e ampliação de informações entre os envolvidos sobre os diversos pontos pertinentes a amamentação e sua importância para o binômio. A percepção de leite insuficiente ou “leite fraco” foi uma problemática bastante indagada pelas puérperas, possibilitando-nos nortear as mulheres de forma humanizada e integral. Esta dificuldade, relatada pelas puérperas, origina-se de experiências próprias e vivências observadas em outras mulheres. A percepção de leite insuficiente é universal, e uma importante causa de suplementação precoce da criança amamentada e de interrupção do aleitamento materno em quase todas as sociedades. Seguros de uma comunicação efetiva esclarecemos que o leite materno é capaz de suprir sozinho todas as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. Pois, maioria dos benefícios do leite materno, como proteção contra infecções, são mais manifesto se a amamentação for exclusiva nos primeiros meses, pois o efeito protetor contra diarreias e doenças respiratórias pode minimizar substancialmente quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer outro alimento, incluindo água ou chás. Surgiu também por parte das avós vários relatos de experiências pregressas negativas em que seus netos não amamentados adoeciam com facilidade, corroborando com as orientações apresentadas tanto nas palestras, assim como nos folders disponibilizados. Ressaltamos que o posicionamento inadequado da dupla mãe/bebê pode resultar em problemas que podem ser causas de interrupção precoce da amamentação, entre estes se destaca os traumas mamilares como fissuras e abcesso mamário. Ainda que o conhecimento não garanta mudanças de atitude, ele é considerado um passo importante no processo de mudança de comportamento. Portanto as mulheres devem ser informadas sobre as vantagens do aleitamento materno exclusivo e das desvantagens da introdução precoce de outros alimentos, todavia não basta à mulher ser conhecedora das vantagens do aleitamento materno e optar pela amamentação. Para levar adiante a sua escolha, muitas vezes ela necessita contar com o apoio de um profissional habilitado para lhe ajudar. Portanto, cabe ao profissional de saúde identificar e compreender o aleitamento materno no contexto sociocultural e familiar e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da dupla mãe/bebê como de sua família. O profissional precisa estar preparado para prestar assistência eficaz, solidária, integral e contextualizada, que respeite o saber e a história de vida de cada mulher, e que a ajude a superar medos, dificuldades e inseguranças. Conclusão: Consideramos que nossa experiência tenha atingido os objetivos através da ação realizada, adquirimos maior convicção da importância e necessidade da prática de educação em saúde para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, e que foi favorecido o estabelecimento do vínculo e apego mãe-filho e família. Despertou em nós acadêmicos, o desejo de expandir essa experiência para outros serviços de saúde aprimorando a nossa própria prática assistencial, visto que a qualidade do cuidado e de vida da clientela constitui direito de cidadania, assegurada pelas leis brasileiras. Acreditamos que, nesse processo de construção da assistência integral e humanizada estamos obtendo conquistas tanto na promoção quanto na proteção e recuperação da saúde. Salienta-se a importância de atividades educativas para promoção, proteção, e apoio ao aleitamento materno durante todo período gravídico-puerperal, assim como a importância do profissional de saúde como mediador do conhecimento.

Palavras-chave


Aleitamento materno; educação em saúde; enfermagem materno-infantil.