Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A empatia no processo de construção de um atendimento humanizado no sistema único de saúde
Jobson Domingos Marquetti

Última alteração: 2017-12-26

Resumo


A prática de metodologias ativas de aprendizagem tem sido uma constante no ensino da área da saúde, pois possibilita que o aluno seja o protagonista de seu processo de aperfeiçoamento. Atrelada a esse método está a estimulação e a sensibilização do profissional em buscar desenvolver um atendimento empático e antes de tudo, humano. Neste trabalho de conclusão de curso reflexivo expressei a minha transformação durante o curso em Qualidade no Cuidado e Segurança do Paciente ofertado pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Nele relato as minhas experiências, as minhas perspectivas, os momentos notáveis que vivi durante a minha formação e os pontos determinantes responsáveis pelo meu progresso pessoal e profissional.

Assim que terminei a faculdade me vi inserido nos corredores e na rotina de um hospital. Muita gente chorando, pessoas prostradas, com dor, pessoas tossindo, algumas ensanguentadas, gente nova, gente velha – gente como a gente, que estava ali para ter a sua injúria resolvida. Entre tantos seres humanos, logo nos primeiros meses presenciei um atendimento a uma paciente que me chamou a atenção.

Mesmo estando recém-formado e sem ter muita malícia, eu tive o discernimento de que algo estava inadequado, fora de contexto e o que estava ao meu alcance para tentar mudar tal fato? Ela encontrava-se ali em busca de um atendimento que pudesse sanar seu problema, curar a sua dor e ao invés disso, uma espécie de repreensão aconteceu. Nem a farmácia, nem a enfermagem, muito menos a medicina, ninguém ousou sequer colocar-se no lugar daquela paciente, do que ela estava passando e ainda o que ela viria a passar. Foi submetida a um tratamento doloroso e totalmente desconfortável que poderia ter sido evitado. Isso me fez refletir. Deveria existir um apelo, deveria existir alguma explicação ou outras maneiras de abordagem, atitudes dessa natureza não deveriam fazer parte de um hospital.

Como sou curioso, resolvi investigar e essa minha pesquisa levou-me ao primeiro contato com os termos “segurança, cuidado e empatia pelo paciente” o que de imediato me chamou a atenção, pois a prática do cuidado é complexa e integrada, envolve absolutamente todos, desde a primeira abordagem do usuário na recepção, passando pelas condutas a serem tomadas, até o momento da alta hospitalar. Intrínseco a esse processo estavam as minhas habilidades e competências profissionais como farmacêutico clínico e acima de tudo como ser humano.

Tive a oportunidade de candidatar-me a uma vaga do curso de qualidade e segurança no cuidado ao paciente ofertado pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Ao meu entender o processo de segurança e cuidado é a essência de tudo o que há de mais ético e nobre na área da saúde. Foram dez encontros, dez chances de sensibilização que eu tive para iniciar uma verdadeira mudança comportamental e profissional na minha vida. Redijo a partir de agora uma experiência ímpar que serviu para o meu crescimento e que fez eu olhar com outro sentido para as pessoas que me circundam e para a realidade a qual eu estou inserido.

 


Palavras-chave


Metodologia ativa; empatia; autorreflexão; transformação.