Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Atenção Básica na formação médica: um relato de experiência.
Legildo Soares Liberato Neto, Fabiana Mânica Martins

Última alteração: 2017-12-14

Resumo


Apresentação: Desde a criação da lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), vem se construindo diariamente a saúde, dando-se continuidade ao movimento da Reforma Sanitária. A principal porta de entrada no SUS é a Atenção Básica, que deve ter resolutividade de 80% dos problemas de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), fazendo-se necessária a imersão dos estudantes de medicina neste contexto, em acordo às diretrizes curriculares nacionais de graduação em medicina. Foram realizadas vivências na Unidade Básica de Saúde (UBS) S-16, na cidade de Manaus, inclusa na Estratégia de Saúde da Família (ESF), a partir da disciplina de Saúde Coletiva III, com objetivo de entender o funcionamento da Atenção Básica, com foco na compreensão da importância da promoção de saúde. Desenvolvimento do trabalho: Dentre as experiências vividas pode-se visualizar na prática o funcionamento de estratégias de saúde. A primeira delas foi a territorialização, uma estratégia de gestão para o reconhecimento das pessoas, com suas crenças e hábitos, evidenciando aspectos relevantes quando se almeja qualidade de vida. No espaço físico da UBS-S16 acomoda três unidades de saúde da família, além da S-16, a S-22 e S-23. Acompanhamos funcionários ligados à unidade S-16, que tem seu território dividido em 6 micro áreas, cada uma com um agente comunitário de saúde (ACS) responsável. Neste contexto fomos guiados pela ACS Lúcia ao longo das alocações do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), onde ela é responsável por 190 famílias. O trabalho da ACS consiste, na prática, em visitas domiciliares em prol do acompanhamento em saúde. Além da visita domiciliar, visualizou-se a atuação do programa de saúde na escola,  observação do atendimento de enfermagem e visita guiada à uma UBS fluvial, Unidade Móvel Fluvial SEMSA IV, Barco Catuiara, uma particularidade criada pela necessidade de alcançar a população ribeirinha e do pantanal, seguindo o princípio de integralidade do SUS, atendidas pelas Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR) e Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF), respectivamente, investindo num atendimento universalizado e descentralizado, que foca nos programas de controle como hipertensão, diabetes, atendimento pré-natal, e odontológico, abraçando cerca de 12.000 habitantes por unidade. Resultados e/ou impactos: A vivência trouxe como resultados a maior compreensão do processo saúde-doença e das vantagens de utilização da ESF. Além da percepção prática acerca da aplicação dos princípios do SUS, como o da integralidade e valorização de um atendimento em saúde universalizado e descentralizado, assim como das dificuldades operacionais, burocráticas e certa falta de interesse política. Considerações finais: A vivência dos estudantes de medicina na atenção básica pode trazer grandes proveitos, auxiliando na correlação entre teoria e prática, fomentando visão humanista, crítica e reflexiva e fazendo perceptível o papel social do médico, como pregam as diretrizes da graduação em medicina. Além da análise crítica da realidade do sistema de saúde, propiciando ambiente para o debate das problemáticas de saúde atuais e possíveis soluções.

Palavras-chave


SUS; atenção básica; educação médica;