Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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FORTALECENDO AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A ÉTICA NA ROTINA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS)
TAMIRIS MORAES SIQUEIRA, INDIRA SILVA DOS SANTOS, GISELE REIS DIAS, THIAGO GOMES OLIVEIRA

Última alteração: 2018-01-21

Resumo


APRESENTAÇÃO: Ao conhecer o cenário em que se atua, perceber as problemáticas e fragilidades é possível realizar intervenções para que se melhore ou fortaleça as práticas existentes, um modo de realiza-la é por meio da Educação Permanente em Saúde (EPS). Para isso é necessário que haja um facilitador da Educação Permanente em Saúde que seria o agente passivo e ativo da ação, pois ao mesmo tempo em que é participante e está inserido em determinado grupo, este necessita desenvolver a função de espectador e produzir críticas e soluções que tenham como resultado a melhora do ambiente de trabalho e a assistência prestada. A EPS é uma política nacional e deve ser aplicada em todas as esferas governamentais. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) desempenha papel estratégico junto à Estratégia Saúde da Família (ESF), pois representa a ligação entre a medicina tradicional e as práticas alternativas de saúde, pois ao realizarem as visitas nos domicílios conhecem a realidade de cada indivíduo e possibilitam a adequação das prescrições e também verificar o sucesso ou insucesso das práticas realizadas. Seu papel é de suma importância pois fortalece a execução do programa ESF em virtude de manterem contato direto com os usuários. Este relato tem como objetivo apresentar a experiência das acadêmicas de enfermagem em ações educativas sobre os processos de trabalho com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de duas Estratégias Saúde da Família (ESF), em Manaus. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A experiência relatada foi realizada durante as aulas práticas da disciplina de Saúde Coletiva II ministrada no curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas em junho de 2017. Participaram da atividades nove ACS de duas ESF vinculadas a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, O 32 e O 35, duas acadêmicos de enfermagem e a docente preceptora de estágio. Foi realizado diagnóstico situacional para identificar as necessidades existentes quanto aos processos de trabalho e pelas duas ESF ocuparem o mesmo espaço físico foi escolhido o tema “Relações interpessoais e ética no trabalho”.A atividade ocorreu em forma de Oficina com duração de 1:30h que tinha como objetivos: Sensibilizar o grupo para a necessidade de uma atuação diária baseada no profissionalismo, Valorizar a participação individual no trabalho em equipe e Identificar os aspectos que contribuem para a satisfação do profissional no ambiente de trabalho e abordou os seguintes conteúdos: Relação interpessoal, Comunicação profissional, Ética, trabalho e cidadania e Resolução de problemas e conflitos. O percurso metodológico utilizado foi a exposição participada, dinâmicas e vídeos motivacionais e reflexivos. O primeiro momento contou com a exibição de um vídeo reflexivo e posteriormente os ACS foram instigados a emitir uma opinião sobre o mesmo. O segundo momento contou com uma dinâmica na qual os participantes escreviam em um papel como se sentiam no ambiente de trabalho, o que não gostavam e o que poderia melhorar, após escrever os papeis eram depositados em uma caixa e lido pelas acadêmicas sempre comentado as respostas e apresentado soluções e gerando reflexões. O terceiro momento foi mediado pela preceptora com a dinâmica do espelho, na qual uma caixa era passada para os participantes e eles deveriam falar uma qualidade e um defeito no ambiente de trabalho da pessoa que era apresentada na caixa, dentro da caixa tinha um espelho e a pessoa refletia e apresentava juízo sobre si mesma, foi um momento de bastante emoção para os participantes. O quarto e último momento foi a exibição de um segundo vídeo fechando as ideias trabalhadas. Após a realização da atividade as participantes respondiam um questionário apresentando sua opinião sobre a atividade desenvolvida. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Ao serem instigados pelas mediadoras a refletirem e expressarem quais as dificuldades em estabelecerem relacionamentos interpessoais saudáveis. De acordo com o discurso apresentado foi possível identificar os fatores que geravam atritos no ambiente de trabalho, foram eles: falta de diálogo entre os membros das equipes, falta de companheirismo e a falta de respeito pelas opiniões divergentes. Esses pontos muitas vezes silenciados quando acumulados geram grandes problemas no ambiente de trabalho. No entanto, ao socializarem as situações incomodas as ACS perceberam que eram os próprios causadores dos conflitos, pois quando ocorria situações que as desagradavam não buscavam solucionar os problemas e sim, agiam com indiferença. Ao refletir sobre quais pontos poderiam modificar para melhorar o relacionamento listaram algumas soluções: Necessidade de saber ouvir; estar aberto para o diálogo; romper com preconceitos; não negar que o estresse está presente no cotidiano; reconhecer que nas relações, o campo emocional e moral são por vezes afetados e que é possível contar com os colegas de trabalho e com o apoio institucional para enfrentar dificuldades ou incômodos disparados por situações consideradas estressantes. As ACS relataram que foi a primeira vez que uma atividade de educação era direcionada a elas e que pela primeira vez seu trabalho estava tendo visibilidade. Demonstraram que estavam mais motivadas a realizar o seu trabalho e disposição para modificar comportamentos inadequados ao ambiente de trabalho e colaborar mais com os demais membros da equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A colaboração entre os profissionais da Saúde, visando integrar esforços, estimular a reflexão e a troca de informações sobre a população atendida, de modo a facilitar sua avaliação e evolução clínica, bem como o aperfeiçoamento das propostas para os problemas da comunidade por parte de todos os profissionais da equipe de saúde. Ao realizar capacitação da equipe de saúde e principalmente trabalhar o relacionamento interpessoal entre os ACS que são a porta de entrada e a massa de trabalho da ESF, para que haja a construção de uma reação harmoniosa, desenvolvendo a capacidade de lidar e respeitar a singularidade de cada indivíduo, respeitando as diferenças de personalidades e pensamentos dos membros da equipe, pois quando a equipe trabalha em harmonia, será refletido na assistência oferecida aos pacientes, pois ao ter um ambiente de trabalho acolhedor e amistoso os profissionais sentem-se mais motivados e executam melhor suas atividades de trabalho.


Palavras-chave


Educação Continuada; Estratégia Saúde da Família; Agentes Comunitários de Saúde