Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Segurança do Paciente Psiquiátrico na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos: Não conformidades encontradas em um Hospital Público de Belém do Pará
Aline Presley Pingarilho de Carvalho, Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Flávia Moraes Pacheco, Paula Emannuele Santos do Amaral, Helder Oliveira da Silva, Mario Antônio Moraes Vieira

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


Apresentação: A segurança do paciente é um dos seis atributos relacionados ao cuidado qualificado e humanizado, sendo esta de suma importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura. Existem muitos incidentes associados ao cuidado de saúde, e em particular os eventos adversos, que representam uma elevada morbidade e mortalidade nos sistemas de saúde. Em 1º de abril do ano de 2013 o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 529, que teve como objetivo contribuir para a qualificação do cuidado em saúde, em todos os estabelecimentos de Saúde do território nacional públicos e privados. Os erros na administração de medicação são a causa da morte de pelo menos 8 mil pessoas por ano no Brasil. As falhas ou reações adversas correspondem cerca de 7% das internações hospitalares, equivalente a 840 mil casos por ano. O profissional enfermeiro deve estar qualificado para prestar uma assistência humanizada e segura ao paciente, preservando sua integridade, buscando atualização de conhecimentos, uma vez que há um desenvolvimento crescente de novos fármacos. Alguns desafios são encontrados na enfermagem psiquiátrica devida sua complexidade e por ser ainda uma área que sofre preconceito, muitas vezes por parte do próprio profissional de saúde. Os enfermeiros que atuam na psiquiatria precisam afastar o preconceito e entender o papel social de cada paciente e poder realizar sua assistência holística seja esta através de medicamentos ou proporcionando vinculo terapêutico com o paciente – comunicação. Deve-se levar em consideração o controle de medicamentos psicotrópicos, sendo necessários conhecimentos farmacológicos sobre as drogas, assim como no preparo e administração do fármaco – 11 certos. Para a segurança do paciente psiquiátrico, faz-se necessário a educação continuada dos profissionais de saúde – principalmente enfermeiros e técnicos, assim como a supervisão rigorosa de sua prática prevenindo danos aos pacientes. Diante disso, o trabalho tem como objetivo alertar aos profissionais sobre os riscos de eventos adversos de acordo com as não conformidades encontradas. Desenvolvimento do trabalho: Foi adotada uma ferramenta muito utilizada nas ciências da saúde denominada de Arco de Maguerez, que é baseada em cinco etapas: observação da realidade e definição do problema; identificação dos pontos-chave; teorização sobre o problema; hipóteses de solução dos problemas e intervenção sobre a realidade. O trabalho foi realizado em um Hospital Público de Belém do Pará. A pesquisa foi incitada no decorrer das práticas do componente curricular Saúde Mental II em março de 2017 na clínica e emergência psiquiátrica.O público escolhido para a devolutiva foram os profissionais de enfermagem que trabalhavam na clínica e emergência psiquiátrica e destes, fizeram-se presentes a gestora de enfermagem, a coordenadora da segurança do paciente, uma enfermeira assistencial, dois técnicos de enfermagem.Por meio de uma roda de conversa os discentes falaram sobre a segurança do paciente, contando com as contribuições dos profissionais ali presentes. Em um dos cartazes havia os 11 certos da segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. No outro cartaz havia o Diagrama de Ishikawa, um gráfico muito utilizado com o objetivo de organizar o raciocínio em discussões de um problema prioritário, em processos diversos. Neste caso, o problema prioritário abordado foi as não conformidades existentes na prescrição, uso e administração de medicamentos. Por meio deste, foi traçado juntamente com os profissionais as causas, efeitos e sub causas deste problema, como uma forma de expor a eles uma melhor visualização do que pode acontecer caso não haja a sensibilização dos profissionais da área da saúde sobre a relevância da segurança do paciente psiquiátrico e até dos profissionais dentro do âmbito hospitalar. Resultados e/ou impactos: Por meio da observação da realidade foi possível perceber a existência de várias não conformidades na prescrição, uso e administração de medicamentos psiquiatria. Foi destacado a importância de conscientizar esses profissionais sobre a segurança do paciente. Existe uma diferenciação ao se discutir a segurança do paciente psiquiátrico, pois ao se debater a situação do mesmo deve-se lembrar de algumas recomendações próprias aos clientes dessa clínica que possuem diversas particularidades e cuidados, uma vez que estão em uma situação de vulnerabilidade física e mental. O não cumprimento das etapas do protocolo pode gerar iatrogenias que representam, então, risco para a integridade do paciente causando danos físicos e até mentais, em alguns casos, e tratando-se de clínica psiquiátrica aonde lidam-se com vários tipos de psicotrópicos e fármacos que exigem uma atenção redobrada dos profissionais atuantes nessa área, revisando sempre o que se administra e sua quantidade, é fundamental. Diante do referente exposto analisado observou-se que algumas dessas recomendações não foram devidamente cumpridas como a administração do medicamento pelo profissional que a preparou, tendo em vista que, em alguns casos, um determinado profissional preparou a medicação e um segundo profissional chegou ao posto de enfermagem indo administrá-la sem participar do processo de preparo da mesma, o que pode gerar riscos para o paciente como, o risco do mesmo não ser medicado com a quantidade correta da medicação ou o risco de não se administrar pela via certa, o paciente correto. Além disso, alguns profissionais quando indagados sobre quais medicações estariam aplicando em determinado paciente não sabiam responder ou respondiam, e quando checado no prontuário, era possível perceber que a fala não condizia com o que estava registrado na prescrição; e muitas vezes isso ocorre pelo fato do profissional que prepara a medicação não ser o mesmo que o administra. Outro caso observado foi a exposição dos medicamentos durante a administração do mesmo, o que representa um risco a pacientes psiquiátricos, pois eles podem facilmente ter acesso as medicações expostas o que gera insegurança a esses pacientes. A exposição de materiais como perfuro cortantes em armários abertos também foi observada; outro risco passível a segurança do paciente.Considerações finais: Portanto é necessário que os profissionais da saúde, principalmente aqueles inseridos no contexto psiquiátrico, estejam atentos às medidas que devem ser adotadas para a segurança do paciente. A contínua educação em saúde através de palestras, rodas de conversa, cartazes, é de suma importância para que a equipe de saúde adote aos poucos uma rotina com riscos diminuídos.O uso do protocolo existente por meio do cumprimento de suas etapas ajuda no ambiente da clínica psiquiátrica, onde vários fármacos e psicotrópicos com mecanismos de ação diferenciados são utilizados. Os estudos relacionados às não conformidades na prescrição, uso e administração de medicamentos ainda são muito escassos, mas é de conhecimento da maioria dos profissionais da área da saúde a ocorrência de inúmeros incidentes relacionados à segurança do paciente. Os registros na literatura necessitam ser realizados para que se haja uma noção da frequência e incidência dos mesmos e posteriormente sejam adotados meios de prevenir e/ou diminuir essas não conformidades a fim de gerar bons indicadores na assistência à saúde. Desta forma, o profissional enfermeiro precisa estar qualificado para prestar uma assistência holística e segura ao paciente, buscando atualização de conhecimentos, uma vez que há um desenvolvimento crescente de novos fármacos.

Palavras-chave


paciente psiquiátrico, medicação segura, enfermagem