Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ASSISTÊNCIA DA SAÚDE DA MULHER EM SITUAÇÃO PRISIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
BRUNA HELLEN VAZ PIRES, HADASSA OLIVEIRA MOURA, Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


A politica Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) enfatiza em seus princípios e diretrizes a assistência á mulher negra, indígena, lésbica, e, entre outras, a atenção à saúde da mulher em situação prisional. Todavia pouco se discute em relação à saúde da mulher no sistema prisional. Dessa forma objetivou-se relatar as experiências de ligantes, da Liga Acadêmica de Enfermagem Saúde e Diversidade, na assistência prestada a mulheres reclusas. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos de enfermagem na ação “Atenção à Saúde da Mulher Privada de Liberdade”, ocorrida em agosto de 2017, na Cadeia Pública Feminina no estado de Roraima. Foi ofertados atendimentos de saúde a 38 mulheres, sendo dividido em duas etapas: realizaram-se atendimentos de enfermagem, tais como, cálculo de índice de massa corpórea, aferição de pressão arterial, glicemia e vacinas ao público presente, e em seguida ministrou-se uma palestra abordando higiene corporal, infecções sexualmente transmissíveis e o uso correto da camisinha, sendo esta uma oportunidade de promover o empoderamento da mulher, por meio da propagação do conhecimento. A ação de saúde atendeu 38 mulheres, com idade entre 18 e 50 anos, o que condiz com o parâmetro nacional, onde a maioria das reclusas apresenta faixa etária jovem. Com a análise das fichas de atendimentos, notou-se que 3% das mulheres atendidas estavam abaixo do peso, 37% com peso normal, 40% em sobrepeso, 8% em obesidade grau um, 6% obesidade grau dois, e 6% obesidade grau três, observou-se que elas não tinham conhecimento acerca do seu peso e altura, tão menos a respeito da importância da alimentação correta. Em relação à pressão arterial 94% estavam dentro da normalidade e 6% alterado, devido ao estresse do ambiente. A mesma situação foi encontrada no exame de glicemia. No que diz respeito à educação em saúde foi realizada uma palestra, com cerca de 20 detentas, no qual abordava temáticas referentes à promoção da saúde, prevenção de IST e uso correto da camisinha, onde contou com a participação das ouvintes, sendo possível sanar dúvidas sobre o assunto ministrado. Notou-se que momentos como esses são importantes na prevenção de doenças, visto que muitas mulheres não tinham conhecimento dos sintomas das infecções sexualmente transmissíveis. A atuação dos ligantes na ação de saúde com as mulheres reclusas contribuiu para formação acadêmica e melhoria da assistência de enfermagem, visto que foi possível praticar habilidades adquiridas em sala de aula. Além de proporcionar aos alunos reflexões que contribuiu para a desconstrução de tabus, tendo em vista o ambiente de atuação. Porém observou-se que a assistência de enfermagem na Cadeia Pública Feminina é deficiente, pois não há presença de um profissional acompanhando a saúde das mulheres com frequência, mostrando o oposto do que é enfatizado no PNAISM. Diante desse cenário nota-se a necessidade de melhor aplicar os princípios e diretrizes da politica de atenção a suade da mulher visando uma assistência de saúde integral.

Palavras-chave


Enfermagem; Saúde; Mulher.