Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-12-29
Resumo
Apresentação: A gravidez caracteriza-se por uma sequência de eventos que começa com a fertilização e termina com o nascimento, aproximadamente entre 38 e 40 semanas após o último período menstrual. É um período de grandes transformações para a mulher, para seu parceiro e toda família, sendo necessária uma estrutura biológica, emocional e econômica. Sabe-se que a gravidez em mães de baixo nível socioeconômico está associada às piores condições de qualidade de vida, o que pode expor mãe e filho a um maior risco perinatal. Além disso, as comunidades quilombolas são locais possuidores de características próprias e cabe ressaltar que no Brasil, ainda há uma grande disparidade na atenção a saúde, o que gera impactos nessas populações. Sendo assim, o objetivo do estudo foi verificar o perfil socioeconômico das gestantes residentes em uma comunidade quilombola, no município de Santarém, estado do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa e de cunho descritivo desenvolvido por docentes e discentes do curso de graduação em enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII, durante a oferta da disciplina de enfermagem e às populações tradicionais da Amazônia, efetivado com gestantes de uma comunidade quilombola, localizada no município de Santarém, estado do Pará. No dia 01 de dezembro de 2017 ocorreu à aplicação de um questionário, composto de 10 perguntas, o mesmo teve o intuito de averiguar o perfil socioeconômico das gestantes. A análise dos dados se deu pelo programa estatístico Excel 2013. O estudo obedeceu aos pressupostos da Resolução nº 466/12. Resultados e/ou impactos: A amostra correspondeu a um total de 9 gestantes das 15 cadastradas no programa pré-natal da Unidade Básica de Saúde da respectiva comunidade quilombola, a idade das participantes variou de 19 a 34 anos, média de 25,4 ± 5,5. Quando perguntadas sobre o estado civil, 44,4% relataram ter união estável; 33,3% casadas e 22,2% solteiras. Relacionado à etnia, 55,6% se autodeclararam negras; 22,2% indígenas e 11,1% pardas. Quanto à escolaridade, 44,4% tinham ensino médio completo; 22,2% ensino médio incompleto; 22,2% ensino superior e 11,1% ensino fundamental completo. No que diz respeito à ocupação, 66,7% eram autônomas; 11,1% professoras; 11,1% auxiliares administrativos e 11,1% técnicas de enfermagem. Condizente à renda familiar mensal, 77,8% possuíam renda familiar mensal de 1 a 2 salários mínimos e 22,2% menor que 1 salário mínimo. Considerações finais: A partir dos dados coletados, obtivemos um perfil de gestantes relativamente jovens, que se autodeclaram negras, com um nível de escolaridade favorável quando comparado com a estatística do Plano Nacional de Educação de 2015, a maioria não trabalhava, possuíam parceiro fixo e tinham renda familiar mensal abaixo da estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em 2016 teve média de R$1226,00 per capita. Durante a construção do presente estudo, nos deparamos com a carência de publicações relativas ao perfil socioeconômico de gestantes quilombolas. Sendo assim, conhecer o perfil destas, pode contribuir com as ações de enfermagem durante o pré-natal e puerpério.