Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ORGANIZAÇÃO DE EVENTO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO
Amanda Marinho da Silva, Anne Kimi Vasconcelos Okazaki, Agda Tainah Moura dos Santos, Indira Silva dos Santos, Tamiris Moraes Siqueira

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


INTRODUÇÃO

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, denominados de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa (MT/MCA). Ambos envolvem abordagens que estimulam os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na interação do ser humano com o meio ambiente e sociedade. Em enfermagem, as Terapias Alternativas foram estabelecidas e reconhecidas como especialidade ou qualificação do profissional por meio da Resolução COFEN nº 197, de 1997. No entanto, em 8 de dezembro de 2015, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) publicou a Resolução COFEN Nº 0500/2015 que revoga as disposições da acerca das práticas alternativas exercidas pelo profissional em enfermagem. Em razão disto, o enfermeiro é respaldado legalmente para exercer somente a especialidade em Acupuntura mediante a Resolução COFEN Nº 326/2008. Estudos demonstram que o enfermeiro possui déficit de conhecimento sobre a legislação e a falta de capacitação específica. O que implica na sua inserção como disciplina optativa na grade do curso de graduação e divulgação para a sociedade sobre o seu benefício quando associadas ao tratamento convencional.

OBJETIVO

Descrever a experiência na organização e realização da II Feira de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.

MÉTODOS

Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de enfermagem na organização de evento da disciplina de Práticas Complementares aplicadas à Saúde, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, durante o período de setembro a novembro de 2017, em Manaus – Amazonas. Por tratar-se de uma disciplina de curso optativa, esta compreendia alunos do 4º período até o 10º período, disposto em grupos concernentes às tarefas a qual foram incumbidos: Marketing, Programação, Infraestrutura, Financeira, Certificação e Inscrição.

RESULTADOS

A primeira etapa consistiu na busca por referencial teórico, durante as aulas da disciplina, acerca de riscos e benefícios, indicações terapêuticas, sobre a PNPIC e como as Práticas complementares e Integrativas em Saúde (PICS) são utilizadas na prática do profissional de enfermagem. Em seguida, a turma foi dividida em comissões para organizar o evento: Marketing, Programação, Infraestrutura, Financeira, Certificação e Inscrição. Cada comissão continha entre 6 a 9 alunos mistos de 4º a 10º período. A proposta da feira era divulgar as PICS à comunidade acadêmica e civil, de forma que o público se familiarizasse com o conceito de práticas complementares como ciência e suas aplicabilidades bem como a disponibilidade destas no âmbito do Sistema Único de Saúde, visto que por ser um assunto pouco difundido mesmo na academia, a comunidade usuária deste sistema também pouco sabe da disponibilidade de tais terapias. Portanto a entrada foi gratuita, com certificação de quatro horas de atividades complementares e vagas limitadas. O evento foi divulgado nas redes sociais, como Facebook, Instagram e Whatsapp, além de banners afixados nas faculdades de ciências da saúde. Uma vez determinado qual seria a abordagem da feira, cada comissão trabalhou para que o evento ocorresse no dia 24 de Novembro de 2017, no salão social da Escola de Enfermagem de Manaus – UFAM, com a participação de profissionais especializados em PICS que foram convidados antecipadamente, sendo estas: Yoga, Terapia Hormonal, Quiropraxia, Programação Neurolinguística, Termalismo, Danças Circulares, Musicoterapia, além da abordagem dos temas PNPIC no Contexto Municipal e Espiritualidade e Saúde, apresentados por representantes da Secretaria Municipal de Saúde e de seguimento religioso, respectivamente. A organização teve como limitações a falta de patrocínios e a mudança de proposta do evento. Originalmente deveria ser uma exposição das PICS em stands individuais com demonstrações de cada terapia, como o modelo de feira exige, e passou a ser um seminário, pois houve mais a explanação teórica do que a prática, isto deu-se pelo fato de que os profissionais convidados à participar da feira foram escalados para fazerem uma breve introdução de cada terapia, tendo como tempo estipulado para cada profissional cerca de quinze minutos, e que em segundo momento seriam divididos os stands. No entanto, este primeiro momento compreendeu em toda a carga horaria do evento, pois muitos dos profissionais ultrapassaram seu tempo limite, não sendo possível a exposição de práticas das terapias separadamente. Em contrapartida, para os acadêmicos que o organizaram, a experiência foi válida, uma vez que contribuiu para o desenvolvimento de habilidades e competências do profissional enfermeiro, como o trabalho em equipe, autonomia, gerenciamento de pessoas e recursos, comunicação e planejamento de atividades, assim como lidar com o imprevisível. Para os participantes, este evento serviu como ponto de discussão sobre a realidade das PICS nos serviços de saúde, a qualificação dos profissionais, não somente para fins de tratamento, mas também na prevenção de agravos à saúde. Questionou-se quanto tem sido difundido sobre estas práticas no SUS, além de informações sobre os benefícios das PICS para o bem-estar físico, espiritual e social do ser humano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A organização de eventos proporciona ao acadêmico de enfermagem o desenvolvimento de suas habilidades e competências profissionais e à comunidade o conhecimento de temas não convencionais, mas que trazem benefícios significativos. No contexto das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, eventos com este caráter multidisciplinar dinamizam as discussões e avanços científicos na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, contribuindo para a saúde do usuário do Sistema Único de Saúde; e sendo este evento não limitado apenas aos acadêmicos da Universidade, mas aberto à comunidade, entende-se que o conhecimento compartilhado alcançara as pessoas que realmente fazem uso do Sistema Único de Saúde e que muitas vezes não tem conhecimento dessas práticas que são disponíveis à população de forma gratuita e que são terapias alternativas à terapia medicamentosa. Para futuros estudos, sugere-se a pesquisa pelo perfil dos cursos que ofertam a disciplina de práticas complementares aplicadas à saúde, a fim de fortalecer e inserir a temática desde a formação profissional, além do envolvimento de acadêmicos na organização de novos eventos de médio a grande porte em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.

Palavras-chave


Terapias Complementares; Educação em Enfermagem; Promoção da Saúde.