Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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OFICINAS DIALÓGICAS COMO ARTICULADORAS DO TRABALHO E CONHECIMENTO EM SAÚDE
Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Carlos Eduardo Maximo

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


O processo de trabalho multiprofissional dos Núcleos de Apoio à saúde da Família (NASF) impacta diretamente no trabalho das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), seguindo uma proposta de trabalho em conjunto, na qual o NASF serviria com apoio as equipes. Esta característica da equipe fomenta a construção do conhecimento, na qual as experiências interdisciplinares, o compartilhamento de práticas de atenção à saúde e o conhecimento implícito dos participantes, as relações e a comunicação, são parte importante e integrante da construção de conhecimento. Esse estudo aponta para as possibilidades de construção de conhecimento nas Equipes de Saúde, a partir de oficinas, se configurando como proposta inovadora, pela utilização de ferramentas pedagógicas. Objetivo do trabalho foi compreender a relação do trabalho e produção de conhecimento em saúde no núcleo de apoio à saúde da família nos municípios do médio vale do Itajaí/sc. Os sujeitos da pesquisa, trabalhadores do NASF compõem equipes em três municípios da regional do Médio Vale do Itajaí, totalizando 4 equipes NASF, nas oficinas estavam presentes 24 indivíduos. Incialmente realizou-se o levantamento Histórico das Equipes por meio de roteiro. Foram elaboradas três oficinas para cada equipe. As Oficinas foram transcritas antecedendo a próxima. Na Oficina 01 “Varal de Palavras” escolheu-se trinta palavras que fizessem referência ao SUS e ao processo de trabalho das equipes na Atenção Básica, estas constituíram três varais. Nesta surgiu da importância da verificação dos conceitos adquiridos pelos trabalhadores. Dialogar sobre essas palavras vislumbrou a possibilidade de iniciar um processo reflexivo das teorias e práticas. Para a Oficina 02 “Corpos, Objetos e práticas falam do trabalho” os participantes trouxeram algum elemento abstrato ou concreto que fizesse referência a sua prática. Estes signos tiveram a função de facilitar a comunicação, problematizando os diálogos, em torno dos conteúdos concretos, pertencentes às realidades dos trabalhadores ampliando para a possibilidade de uma reflexão crítica. Antecedendo a Oficina 03 “Trabalho-como reflexão-ação” para a sua adequada execução, solicitou-se que os participantes refletissem criticamente sobre seus processos de trabalho, e no momento da execução da Oficina esses aspectos foram discutidos. A partir destas, e do levantamento das problemáticas trazidas nas Oficinas anteriores, os participantes construíram ações para tais problemáticas. Resultados: As Oficinas instituíram-se como ferramenta geradora de problematização e reflexão crítica no contexto das equipes para a construção de conscientização e consequentemente produção do conhecimento que resulte em mudanças nas práticas. Este movimento fez com que não apenas os sujeitos da pesquisa aprendam, mas o próprio pesquisador implicado no processo. Neste sentido as Oficinas podem representar um espaço vivo de produção de conhecimento. Considerações finais: as oficinas foram utilizadas na sua potencialidade como tecnologia leve, esta considera a capacidade relacional como ferramenta geradora de visibilidades e estranhamentos no processo de trabalho. Possibilitando aos sujeitos o entendimento do processo de trabalho como relação da práxis, envolvendo a produção do conhecimento no cotidiano que pode ser otimizado como conhecimento técnico científico.


Palavras-chave


Oficinas, produção de conhecimento, trabalho