Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ACERCA DO PROCESSO DE MORTE E MORRER
TANIA MARIA ASCARI, LÍDIA TASCA TOSETTO, KELI FELIPPI

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


A morte faz parte do ciclo de vida humana tanto quanto o nascer. Como processo biológico ocorre quando os batimentos cardíacos e a respiração cessam. Todavia, com o progresso tecnológico na área de cuidados intensivos, houve um aumento na capacidade de manutenção e suporte ao encéfalo não funcionante por um determinado período de tempo. Dentre os profissionais da área da saúde, o enfermeiro é o que mais se depara com o processo de morte e morrer, portanto, conhecer a percepção dos acadêmicos do curso de enfermagem diante desse processo é relevante. Para a realização da pesquisa, utilizou-se a abordagem metodológica qualitativa do tipo exploratória descritiva. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEPSH), e aprovado sob CAEE Nº 66039917.2.0000.0118. A coleta de dados se deu no primeiro semestre de 2017 por meio de questionário impresso contendo questões abertas, respondidos individualmente mediante concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Participaram da pesquisa 15 discentes (40% cursando a nona fase e 60% cursando a décima fase) regulamente matriculados no último ano do curso de graduação em Enfermagem de uma universidade pública do Estado de Santa Catarina/SC. O julgamento e interpretação dos dados foram feitos a partir da análise do conteúdo, durante a qual emergiram duas categorias e três subcategorias: 1. A morte como processo biológico X processo espiritual; 2. A temática morte na formação profissional do enfermeiro com as seguintes subcategorias: a abordagem do tema; a vivência da temática durante a graduação e o preparo acadêmico para lidar com a terminalidade e a morte. Constatou-se que os participantes se dividiram em dois grupos; os que veem a morte como um fator biológico, e os que acreditam na morte como uma passagem para outra dimensão. Identificou-se que para 80% dos participantes a morte é definida como uma ‘passagem’, ou seja, acreditam que há ‘continuidade’ da vida em outro plano/dimensão. Os distintos entendimentos de morte, trazem consigo uma bagagem cultural, social, familiar, cognitiva, e religiosa, bem como, pontos relevantes da espiritualidade de cada um. Em relação ao significado de processo de morte e morrer ficou evidenciado que nenhum dos participantes desta pesquisa conseguiu construir uma definição; se restringiram a definir morte. Constatou-se que existe uma deficiência na formação destes futuros profissionais no que tange a abordagem teórica e a vivência dos processos de morte e morrer bem como de falta preparo psicológico. Os participantes acreditam ser importante a abordagem do tema num componente curricular específico, justificando que as vivências são escassas, e quando ocorrem não há reflexões aprofundadas, que se sentem inseguros e pouco preparados diante de situações da finitude humana.  O estudo demonstra que há uma lacuna na formação dos estudantes do curso de enfermagem para vivenciar o processo de morte e morrer; nesse contexto seria importante que a matriz curricular dos cursos tivesse disciplinas específicas sobre o assunto e que as vivências em campos práticos fossem melhor exploradas através de estratégias reflexivas.


Palavras-chave


Enfermagem; Morte e Morrer; Formação Profissional.