Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/HIV/AIDS DA POPULAÇÃO FEMININA QUILOMBOLA, NO MUNICÍPIO DE ORIXIMINÁ, PARÁ
Lays Oliveira Bezerra, Veridiana Barreto do Nascimento, suely Itsuko Ciosak, LUANA Almeida dos Santos, Yara Macambira Santana Lima, EDCARLOS VASCONCELOS DA SILVA, DINAURIA NUNES CUNHA DE FARIA nunes cunha de Faria, JÉSSICA SAMARA DOS SANTOS OLIVEIRA

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


APRESENTAÇÃO: A dimensão programática da vulnerabilidade contempla o nível da execução de políticas públicas de saúde e programas voltados para o controle das infecções sexualmente transmissíveis(IST)/HIV/aids. Entre os fatores correspondentes à dimensão programática para as IST/HIV/aids está a prestação e a disponibilidade dos serviços de saúde e profissionais capacitados para desenvolver ações, campanhas e programas voltados para promoção e prevenção. OBJETIVO: Identificar a vulnerabilidade programática frente as infecções sexualmente transmissíveis/HIV/aids entre a população feminina quilombola no estado do Pará. MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, prospectivo, transversal com abordagem quantitativa. Esta pesquisa foi realizada em oito comunidades quilombolas do alto Trombetas, localizadas no município de Oriximiná, região Oeste do Estado do Pará, com a participação de 139 mulheres, para a coleta dos dados utilizou-se um questionário estruturado com perguntas referente a temática. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Em relação aos serviços de saúde, verificou-se que todas as pesquisadas afirmaram sua inexistência na comunidade. A conduta tomada quando estão doentes é a de usarem remédios caseiros, como chás (58,3%), dirigirem-se ao hospital (35,7%) e à farmácia (5,0%) da cidade de Oriximiná ou na Vila de Porto Trombetas. No que concerne às atividades educativas de prevenção relacionadas às IST/HIV/aids são realizadas em modelo de palestras e menos da metade (48,9%) das pesquisadas informaram já ter participado de alguma atividade. A respeito da realização do teste de HIV, 103 (74,1%) mulheres efetuaram o teste em alguma oportunidade, sendo que 70 (67,9%) realizaram nos últimos três anos. Com relação ao local de realização do teste, 88 (85,4%) fizeram no posto de saúde da cidade e 4 (3,9%) em ações na comunidade, entretanto, 11 (10,7%) fizeram o teste em entidade privada, disponibilizada pelo hospital da vila de Porto Trombetas. Considerações Finais: O enfrentamento no plano programático das mulheres quilombolas contou com resultados negativos, uma vez que a falta de acesso a serviços de saúde que promovam a efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres foi evidenciada. O serviço de teste rápido para HIV e a coleta de exame de PCCU apenas são realizados por uma estratégia de cadastro que condiciona o recebimento de benefícios do governo a sua realização, sendo estes ofertados na cidade de Oriximiná. A participação em atividade de promoção da saúde e prevenção das IST/HIV/aids também não acontece com frequência positiva na comunidade, ou seja, o plano de enfrentamento para a promoção da saúde sexual das mulheres é inexistente, uma vez que as mesmas não possuem mecanismos para colocarem em prática e assim reduzir as vulnerabilidades a estas infecções. Nesse contexto, fica evidente a dificuldade de acessibilidade aos serviços de saúde, a ausência de ações educativas voltadas para a prevenção, o que pode direcionar a maior vulnerabilidade programática para as IST/HIV/aids nesta região.


Palavras-chave


Quilombola, Vulnerabilidade programática, serviços de Sáude