Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
IDENTIDADE, INTERSECCIONALIDADE E PROMOÇÃO DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MAPEAMENTO DE PSICÓLOGAS NEGRAS NO CUIDADO EM SAÚDE EM TERRITÓRIO NACIONAL
Laura Augusta Almeida

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


Este relato visa apresentar o mapeamento de psicólogas negras e os desdobramentos dessa iniciativa realizada pela Rede Dandaras¹ em Junho de 2017 como ação de promoção de saúde e cidadania, compreendendo o fortalecimento da rede de profissionais negras no combate às iniquidades sociais e o cuidado em saúde como trabalho vivo, que envolve transformar condições de vida. O norte teórico-epistemológico sobre promoção de saúde que orienta este trabalho parte da discussão fomentada por Czeresnia (2003), que afirma que promover saúde envolve o fortalecimento da capacidade individual e coletiva de transformar realidades e as dimensões de cuidado onde o ato da saúde é produzido e promovido e lidar com a multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde através de ações que atendam as dimensões social e existencial dos sujeitos.  A metodologia utilizada através de mapeamento, questionário estruturado, formação de eixos e contato em rede. As profissionais mapeadas são trabalhadoras e usuárias do SUS e reconhecem o olhar interseccional² no seu trabalho como fator estruturante para a  ética do seu exercício profissional. Nesse sentido, a Rede Dandaras compreende os desdobramentos da iniciativa como tecnologias leves, que colocam os usuários desta como agentes ativos na produção de sua saúde (Merhy e Feuerwerker, 2010) e amplia os olhares das profissionais envolvidas para um conceito ampliado de saúde e para construção de novas estratégias de atuação mais equânimes. A partir desta discussão sobre a tríade saúde, autonomia e determinantes e condicionantes da saúde chega-se a noção de identidade. Tratando-se da identidade, além da nacionalidade que reúne a todas e todos, estamos atravessadas por pertencimentos de raça, etnias, classe, sexo, religião, gênero, idade, etc., cuja expressão depende do contexto relacional. A identidade afro-brasileira negra passa, necessária e absolutamente, pela negritude enquanto categoria sócio-histórica, e não biológica e pela situação social do negro num universo racista. (MUNANGA,2012). A política de atenção integral à saúde da mulher pressupõe que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos sejam compreendidos como direitos humanos, assim como levar em conta a diversidade e as necessidades específicas da população feminina. Portanto, é necessário que em qualquer planejamento de ações de saúde da mulher, além do enfoque de gênero, sejam incorporadas também as questões relativas à raça/etnia na saúde, visando que todos os indicadores de saúde considerem estas variáveis.

Palavras-chave


identidade, saúde, interseccionalidades