Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROMOÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA: FORTALECENDO OS CONHECIMENTOS SOBRE SAÚDE E SEUS DIREITOS
Juliana Freitas Campos, Daiane De Souza Mota, Deborah Bastos Santos, Monique Maiara Almeida de Oliveira, Luana de Farias Coelho, Nathália Xavier Lima, Neiliane Maria Alencar, Luciana Pessoa Maciel Diniz

Última alteração: 2018-01-06

Resumo


Apresentação: O Brasil vem percorrendo um processo de transição demográfica ao longo das últimas décadas, através da queda nas taxas de fecundidade e mortalidade, sendo estimado que em 2050, 19% da população brasileira sejam de idosos, evidenciando o envelhecimento populacional e alteração na pirâmide etária. O processo do envelhecer trás consigo mudanças de ordem biológica, psicológica e social, sendo assim de suma importância o processo de educação em saúde com essa população, proporcionando maior qualidade e expectativa de vida. De acordo com o que é previsto na lei n° 10.741 de outubro de 2003 que dispõe sobre o estatuto do idoso, em seu artigo 20 do capítulo V, o idoso tem como direito a cultura, educação, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. Sendo assim, as atividades que são desenvolvidas, de forma adequada, em Centros de Convivência (CC) com grupos de idosos, permitem sua maior inserção na sociedade, dando a esses a possibilidade de um ganho e/ou resgate da autonomia e independência, frente às necessidades do dia-a-dia. Além disso, pode oferecer o desenvolvimento de uma atividade ocupacional que sirva como fonte de renda, desde que essa atividade respeite as suas condições físicas, intelectuais e psíquicas, algo que também é previsto no estatuto, além de formação de vínculos. Diversos temas podem ser elencados para desenvolver atividades com a população idosa, como exemplo: o autocuidado, o enfrentamento de doenças que acometem em maior proporção a população idosa (Hipertensão Arterial Sistêmica - HA, Diabetes Mellitus - DM, Alzheimer, Parkinson, depressão, entre outras), organização do ambiente como estratégia de prevenção a acidentes domésticos, imunização para a terceira idade, a sexualidade da pessoa idosa, violência, negligência e maus tratos à pessoa idosa. Todos esses temas visam atender a perspectiva de se trabalhar com a educação em saúde de forma que as atividades contempladas possam trazer ganhos para a pessoa idosa que pode gozar de saúde, bem-estar, qualidade de vida, capacidade funcional e um bom desenvolvimento cognitivo. O projeto se torna relevante a partir do momento em que contribui com a gestão pública e melhoria da qualidade de vida e de saúde dos idosos por meio da informação acerca de temas que versam sobre saúde e direitos da pessoa idosa. Nessa Perspectiva, o estudo busca oportunizar aos idosos participantes de Centros de Convivência o acesso ao conhecimento sobre saúde e seus direitos. Desenvolvimento do trabalho: O campo de realização das atividades do projeto foram os CC e os grupos de idosos que atuam nos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município de Petrolina/Pe. As escolhas das temáticas para as atividades desenvolvidas seguem critérios de prioridades estabelecidos pelos CC e grupos de idosos, proporcionando maior interesse na participação das atividades. As ações são realizadas pelos discentes do curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco Campus Petrolina, os quais são participantes do projeto de extensão sobre educação e promoção da saúde com idosos. Como forma de metodologia ativa, são realizadas dinâmicas com utilização de materiais didáticos, discussão e exposição de informações referentes aos temas trabalhados. Tal Projeto está vinculado ao “Programa de Promoção à Saúde e Prevenção das Emergências, Acidente e Violência - PROPEAV”. Foram trabalhados temas como: aspectos referentes à depressão na pessoa idosa, mal de Alzheimer; mal de Parkinson, planejamento e adaptação do ambiente domiciliar para prevenção de quedas, empoderamento dos idosos a partir do conhecimento sobre seus direitos, fortalecimento e a importância do autocuidado, sexualidade na terceira idade, estímulo a prevenção do câncer de próstata, de mama e colo de útero juntamente com a campanha Nacional outubro rosa e novembro azul, entre outros temas. Resultados: Através da implementação das ações educativas com os idosos, buscou-se a consolidação e desenvolvimento do senso crítico, autonomia e melhoria da capacidade funcional quando esta fosse possível. As atividades proporcionaram ganhos quanto à tentativa de redução do número de internações por causas evitáveis, como a descompensação de doenças crônicas não transmissíveis pelo desconhecimento ou déficit no cuidado quanto a essas patologias. As práticas implementadas junto aos participantes promoveram a melhoria da percepção da violência, identificação precoce dos sintomas de Alzheimer e Parkinson favorecendo o ganho quanto à assistência visando um projeto terapêutico favorável ao desenvolvimento das condições físicas-psíquicas-emocionais destes indivíduos precocemente. Além disso, foi perceptível que a realização de discussões fortaleceu o controle social por meio do conhecimento dos seus direitos, enquanto pessoa idosa, fato verificado por meio das discussões e relatos de idosos pós atividades. Nesse contexto, as ações de educação em saúde podem possibilitar a estimulação do retorno ou interesse pelo desenvolvimento de alguma atividade ocupacional que gere renda, fazendo com que este indivíduo seja reinserido no âmbito de desenvolvimento econômico. Ainda nesse contexto, a interação dos discentes com os idosos proporciona a preparação de profissionais capacitados e sensibilizados a atuarem com o foco na melhoria da qualidade da assistência fortalecendo os eixos de promoção e prevenção a saúde além da consolidação da cidadania. Permitiu, ainda, uma visão de atuação com base na realidade e necessidades da população durante a construção do planejamento das ações bem como na avaliação de suas atividades, permitindo a solidificação do controle social.  Considerações finais: Acredita-se que as implementações de atividades desenvolvidas nos centros de convivência possibilitam um aumento da autoestima, além de empoderar os idosos em suas atividades diárias. Através de rodas de conversa e dinâmicas é possível esclarecer dúvidas, agregar novos conhecimentos e atualizar os já existentes. Dessa forma, torna-se possível alcançar a meta de integralidade do cuidado, um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS), visando o envelhecimento satisfatório e uma melhor qualidade de vida na velhice, incluindo também, a prevenção e promoção da saúde. Em relação ao conhecimento adquirido durante a experiência, entende-se que a interação dos discentes com os idosos proporciona a preparação de profissionais capacitados, humanizados e sensibilizados a atuarem com o foco na melhoria da qualidade da assistência, fortalecendo os eixos de promoção e prevenção à saúde além da concretização da cidadania e responsabilidade social. Nessa perspectiva, foi possível elucidar uma visão de atuação com base na realidade e necessidades da população durante a construção do planejamento das ações bem como na avaliação de suas atividades.


Palavras-chave


Idoso; Centro de convivência; Qualidade de vida.