Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
Plantas medicinais e ritualísticas comercializadas na Feira de São Joaquim no município de Salvador-BA: um estudo etnobotânico
Sr. Pereira Luan, Mara Zelia de Almeida, Mayara De Queiroz Oliveira Ribeiro Silva, Victória Maria Dos Santos Dias

Última alteração: 2018-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃOAs feiras livres são consideradas uma das formas mais antigas de comércio. Dentro deste espaço insere-se a figura dos erveiros ou raizeiros, que são pessoas consagradas pelo conhecimento popular sobre plantas medicinais e ritualísticas, seu preparo e indicação. Nesse sentindo, propõe-se analisar a comercialização de plantas medicinais e ritualísticas na Feira de São Joaquim no Município de Salvador/BA numa perspectiva etnobotânica.DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIATrata-se de um estudo descritivo, realizado a partir da visita de campo no dia 22 de Julho de 2017 à Feira de São Joaquim localizada no município de Salvador/BA, como parte das atividades da Ação Curricular em Comunidade e Sociedade (ACCS) Busca Racional por Novos Fármacos de Origem Vegetal ofertado pela Faculdade de Farmácia da UFBA. Foi aplicado questionário semiestruturado aos comerciantes e erveiros das barracas de plantas medicinais e ritualísticas, bem como técnicas de observação direta e participante. A elaboração do questionário ocorreu em duas etapas: definição dos componentes do questionário e formulação das perguntas. Foi elaborado também folder informativo sobre armazenamento das plantas e preparo de chás para distribuir aos erveiros.RESULTADOSA venda de plantas medicinais e ritualísticas na Feira de São Joaquim se insere numa prática secular passada de geração a geração. A partir das observações, notou-se um comércio expressivo não só das plantas medicinais como também das plantas ritualísticas destinadas principalmente a banhos. As indicações, em sua maioria, são para mau-olhado, olho gordo, inveja, etc. De acordo com os erveiros, o público que mais procura as barracas são pessoas que possuem alguma ligação com religiões de matrizes africanas, denominadas por eles de povo de santo. A família, nesse quesito, assume o papel de dar continuidade aos conhecimentos sobre as plantas, através da transmissão do saber e da cultura para as gerações futuras. Evidencia-se a necessidade de criar condições para o desenvolvimento de projetos que viabilizem a interlocução entre conhecimento acadêmico e saber popular capaz de promover uma construção mútua de conhecimento entre academia e comunidade.CONCLUSÃOPercebeu-se no fim das atividades que a imersão numa população requer a compreensão dos múltiplos contextos que envolvem as interações sociais e relacionais, sendo de extrema importância também conhecer a realidade do local e das pessoas que ali trabalham. Constatou-se a importância que a feira livre tem enquanto um fenômeno cultural, de encontros e reencontro de sujeitos e, principalmente, de subsistência para muitas famílias. Além disso, verificou-se a necessidade de atividades que possam contribuir para melhor orientação sobre as plantas medicinais e ritualísticas comercializadas. Percebe-se que este trabalho contribuirá para discussões e reflexões no processo de ensino-aprendizagem entre universidade e comunidade, possibilitando o desenvolvimento de competências do futuro profissional. Este estudo não buscou esgotar as discussões acerca do tema, a expectativa é que essas reflexões possam ser inspiradoras para renovadas questões.

Plantas medicinais e ritualísticas comercializadas na Feira de São Joaquim no município de Salvador-BA: um estudo etnobotânico


Palavras-chave


Saúde popular;SUS;Fitoterapia.