Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Oficina de imunização com Agentes Comunitários de Saúde
Jordana Rodrigues Moreira, Audenir Tavares Xavier Moreira, Kellinson Campos Catunda, Aline Ávila Vasconcelos, Yane Carmem Ferreira Brito, Maria Salete Bessa Jorge

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Vivemos tempo de mudanças em todas as áreas: economia, política, educação, ciência, e na saúde não é diferente, pois as pesquisas alavancam grandes investimentos e em contrapartida, aparecem novos métodos de cirurgias, novos medicamentos e novas vacinas. Daí surge a real necessidade de educação permanente em saúde, devido às novas descobertas científicas. Nesse cenário de descobertas, veem-se as demandas dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que cobrem as suas áreas adscritas e precisam, enormemente, serem capacitados por meio de uma qualificação profissional de atualização, nesse caso, do cartão vacinal. O ACS é o elo entre Atenção Básica e o território, é esse profissional que fortalece os vínculos com a comunidade por ser além de tudo, um integrante e membro da própria comunidade. Sendo também alguém que desenvolve um trabalho de promoção e prevenção da saúde comunitária. Nesse caso, esse trabalho procurou atender as demandas dos próprios ACS que veem no enfermeiro um profissional capaz de promover capacitação em saúde, de forma permanente e continuada por tratar-se de um profissional pertencente à equipe de referência e que coordena a atenção em saúde de suas áreas de abrangência. O objetivo está em: Fomentar o conhecimento dos ACS por meio da educação permanente em saúde utilizando o método de oficinas, as quais tinham por tema: a  imunização. Portanto, a educação permanente em saúde é uma educação que viabiliza meios de assistência em saúde plena e eficaz, na via da construção de um Sistema Único de Saúde que vem sendo construído, apesar de todos os embates que vem sofrendo, como a redução de gastos ou cortes para a saúde. A educação permanente é feita, prioritariamente, com recursos humanos, estes sendo, profissionais de saúde precisam estar compromissados com uma saúde de qualidade. E para isso vem à tona, esse trabalho, como uma pequena amostra, que se é possível trabalhar de forma satisfatória para atender as diversas demandas dos nossos ACS, e dentre essas várias demandas, emerge a imunização como a agenda do dia proposta nesse projeto de educação em saúde pelos próprios ACS que enxergaram a necessidade de uma explanação em formato de oficinas, do que seriam essas novas atualizações no cartão vacinal. Desenvolvimento do trabalho: As oficinas sobre imunização foram construídas com cinco ACS a partir de círculos de cultura, metodologia de Paulo Freire, dessa forma, os ACS puderam apreender essas novas alterações ocorridas no calendário vacinal. Utilizamos cartolinas coloridas com as vacinas e faixas etárias a elas relacionadas, além de exposições dialogadas, que proporcionaram uma maior interação entre a equipe e os ACS, promovendo assim, uma maior interação e aprendizado individual e coletivo. Os círculos sobre imunização aconteceram de forma sistemática e satisfatória, atendendo as demandas de aprendizado de todos os ACS. O calendário vacinal foi construído e exposto como um mural, de forma coletiva, reforçando o aprendizado em saúde. Na primeira dinâmica de círculo de cultura, o calendário vacinal foi exposto, em forma de mural pelo profissional enfermeiro, para fixação, repetição como prática de um aprendizado. Dentre tantas outras atividades desenvolvidas pela Atenção Básica e pelos ACS, o cartão vacinal emergiu como uma demanda prioritária por tratar-se de um quesito exigido pelos próprios ACS. Daí surgem dinâmicas expositivas para atender as necessidades desses profissionais que trabalham na linha de frente, em contato direto e constante com as comunidades de suas áreas de cobertura. Em cada atividade do círculo de cultura, uma vacina era vista: BCG, Hepatite B, Sarampo, HPV, dentre outras. No término da dinâmica do círculo de cultura foi formado um quebra cabeça onde todos puderam mostrar o aprendizado por meio de sua participação efetiva. Dessa forma, as oficinas disparadas funcionaram como um aprendizado e atualização das práticas de saúde da Estratégia Saúde da Família, tendo o profissional enfermeiro como responsável pela educação permanente em saúde, e os ACS como corresponsáveis nessas ações e práticas transversais da Atenção Básica de cuidado, promoção e prevenção da saúde.  O ACS como uma ponte que liga o território com a Estratégia Saúde da Família deve receber um aprimoramento profissional para prestar um serviço de qualidade e resolubilidade quanto ao seu papel de socializar, prevenir e promover saúde nas suas comunidades. As oficinas também fomentaram a interação entre os profissionais da equipe de referência e os ACS, articulando e fortalecendo os vínculos afetivos e profissionais. Resultados: A interação e o aprendizado, entre o profissional enfermeiro e os ACS, vêm à tona como ponto satisfatório dessa aplicação dos círculos de cultura para exposição do calendário vacinal de imunização. Uma equipe coesa, responsável que prima pelo cuidado em saúde acima de tudo fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS). A educação permanente visa, portanto, aprimorar ações de saúde e as políticas de gestão na Atenção Básica. Os resultados desses aprimoramentos e atualizações no currículo profissional do ACS desembocam e refletem diretamente lá no território, quando esses profissionais e trabalhadores da saúde desenvolvem suas atividades diárias de visitas domiciliares. O fortalecimento dos vínculos entre esses profissionais de saúde acontecem como desdobramentos dessas atividades, que além de tudo, são lúdicas e convidativas a participação e valorização do profissional trabalhador da saúde. A máxima desses encontros feitos em formatos de oficina potencializa o cuidado em saúde e enobrece a figura do ACS como protagonista de saúde no território sanitário do qual é responsável. Existem pontos objetivos e subjetivos que permearam esses momentos de oficinas do cartão vacinal. Nos objetivos, temos a interação e a comunicação da equipe, e nos subjetivos. a motivação e o fazer de cada profissional que se sente importante e fortalecido para desenvolver as suas atividades de saúde, junto às comunidades. Considerações finais As oficinas com círculos de cultura utilizados pela Atenção Básica funcionam como encontros para tratar de saúde, de vínculos afetivos e profissionais, ordenação do cuidado em saúde, universalização do cuidado e do aprendizado. As dinâmicas desses círculos aconteceram de forma criativa e proativa, com o envolvimento de todos que participaram ativamente de cada encontro, de cada momento de educação permanente em saúde.  Esses espaços criados pelo profissional enfermeiro potencializam o trabalho do ACS, pois aprimoram e qualificam cada atendimento, cada visita domiciliar desse profissional que vincula a Atenção Básica ao território sanitário. Os círculos de cultura das oficinas de imunização mostraram aprendizados, atualizações e qualificações dos ACS que caminham na linha de frente com os usuários dos serviços de saúde. O cuidado em saúde é transversal e funciona como um grande guarda chuva que acolhe os trabalhadores de saúde, no caso os ACS e os demais profissionais da Estratégia Saúde da Família e as comunidades. O ACS é um fomentador do cuidado em seu território e necessita de permanentes aprendizados e atualizações em saúde, visto que, as tecnologias avançam e os territórios são espaços vivos e dinâmicos.


Palavras-chave


Educação Permanente; Imunização; Agente Comunitário de Saúde