Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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RELAÇÃO DA INFECÇÃO DO ZIKA VÍRUS EM GESTANTES E A INCIDÊNCIA DA MICROCEFALIA EM RECÉM-NASCIDO
TEREZINHA ALMEIDA QUEIROZ, IAGO ROQUE ROLIM DOS SANTOS, FRANCISCA DARLENE MARTINS DE MORAIS, SAMYA COUTINHO DE OLIVEIRA, DANIELE VASCONCELOS FERNANDES VIEIRA

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


APRESENTAÇÃO: Nos últimos anos, houve uma elevada prevalência de casos de Microcefalia que reconheceram a ligação com o ZKV. Antes, esse fato nao era divulgado no Brasil, não se sabe, porém, se por inexixtência ou por desconhecimento de casos. Hoje, os profissionais de saúde das diversas áreas buscam reduzir os quadros deste fenômeno, considerando o combate ao mosquito transmissor, como ação prioritária no seu âmbito de atuação. Sabe-se que o ZKV é transmitido pelo mosquito Aedes, incluindo o Aegypti e o Albopictus, foi visualizado em 1947 em macacos da Floresta Zika, apenas em 1951 houve os primeiros indícios em seres humanos nos países da África, Ásia e Oceania. O ZKV também pode ser visível na gestação, afeta a placenta, o líquido amniótico e o recém-nascido, possibilitando a Microcefalia. Há questionamentos quanto à freqüência e a transmissão Peri natal do Zika. Estudos associaram a transplante de órgãos ou tecidos, bem como determinados tratamentos para fertilidade, constituem riscos teóricos para a transmissão do ZKV. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade da Califórnia, realizaram um estudo nos Estados Unidos, quando acompanharam a gestação de 42 mulheres infectadas por Zika e constataram que destas, 29% esperavam bebês com alterações no sistema nervoso central. Nenhuma delas apresentou outro fator de risco para microcefalia, como sífilis, citomegalovírus e rubéola haviam sido afastadas nos exames. No que diz respeito ao Brasil, foi noticiado às primeiras manifestações do vírus em 2015. O País foi o primeiro a identificar a associação entre a infecção do Zika vírus na gestação com a ocorrência de microcefalia em recém-nascidos (RN), hoje, sua presença está evidenciada em aproximadamente setenta países. A escolha da temática se deu após perceber que a infecção do Zika Vírus em mulheres grávidas é preocupante, que pode lesionar o feto em qualquer período da gravidez, além de comprometer a saúde de ambos e também modificar o sistema nervoso central do bebê. Baseando-se na dimensão do impacto problemático citado fez-se surgir o seguinte questionamento: Qual a relação da infecção pelo Zika vírus em gestantes com a microcefalia de seus recém-nascidos?Quais as intervenções que devem ser realizadas pelos enfermeiros na atenção à saúde da mulher grávida para evitar infecção pelo Zika vírus? São imprescindíveis termos conhecimento científico sobre a infecção pelo Zika Vírus durante a gestação para obtermos as medidas de intervenções individuais/coletivas que sejam adequadas a cada caso. É necessário, também, que a gestante tenha orientações sobre todo o processo de infecção pelo Zika Vírus para poder lograr com mais eficiência da assistência e do cuidado implementado desde o inicio do pré-natal, a fim de propiciar uma melhor qualidade de vida tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. Acresenta-se que atualmente parece que existe uma atenção especial às gestantes para evitar a infecção pelo vírus, pois as equipes de saúde envolvidas neste processo tem a função de primar pelas orientações e pelas ações de promoção da saúde, salientando desta maneira a prevenção de novos casos. O conhecimento produzido através deste estudo, certamente será relevante cientificamente para a Enfermagem, pois apresentará dados essenciais que poderá aprofundar novas investigações e novos conhecimentos sobre o vírus da zika, especialmente em gestantes desde os primeiros meses de gestação. É importante conhecer também, sobre as capacidades e competências do profissional enfermeiro, pois assim amplia-se o saber enquanto profissionais e categoria. Bem como, fortalecem as ações em enfermagem, através da divulgação de experiências, condutas e ações. Além de ampliarem o conhecimento sobre a atuação de enfermagem e o cuidado às gestantes e recém-nascidos com Microcefalia, fornecendo subsídios para implementação de estratégias em saúde, formulação de novas práticas e intervenções e a melhoria da qualidade da assistência em enfermagem. Sendo o objetivo principal, conhecer por meio da literatura cientifica a relação da infecção do zika vírus em gestantes com a incidência dos casos de microcefalia em recém-nascidos. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo bibliográfico, descritivo, com abordagem qualitativa. O local da pesquisa se deu em varias bases de dados, buscando artigos científicos pesquisados no banco da biblioteca virtual em Saúde - BVS,  SCIELO - ScientificElectronic Library Online, Google acadêmico, LILACS, etc. A população desse estudo será composta dos artigos selecionados nas bases de dados SCIELO (7), IBECS (1), LILABS (2) e MEDLINE (2), pois neles concentram-se grande parte das publicações na área de enfermagem. Há 443 trabalhos relacionados ao Zika Vírus e Microcefalia publicada no ano de 2016. Foram excluídos 249 duplicados e lidos os resumos de 194 trabalhos que abordam sobre as gestantes. Dos 194 trabalhos apenas 16 foram lidos por completos e desses apenas 10 foram selecionados para elaboração do estudo, sendo seis artigos e 4 editoriais. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a novembro de 2016. Foram adotados como critérios de inclusão: artigos sobre zika vírus na gestação e microcefalia em recém-nascidos; nos artigos de livre acesso; em idioma inglês, português ou espanhol; publicados na íntegra no ano de 2016. E foram excluídos todos os estudos em duplicidade, monografias, resenhas, livros, teses e dissertações e os artigos que, de alguma forma, não responderem à questão norteadora da pesquisa, por meio da leitura dos resumos. A realização dos levantamentos bibliográficos e a análise dos resultados ocorreram no período de dezembro de 2016. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Os estudos foram copilados e segregados em dois eixos: I) Evidências da relação infecção do vírus Zika com a microcefalia: Não há dissemelhança entre as manifestações clínicas verificadas nas mulheres infectadas pelo vírus Zika, na condição grávida ou não. Sabe-se que a infecção pelo vírus Zika pode ser sintomática ou assintomática. Nos casos sintomáticos, os sintomas, normalmente, aparecem alguns dias depois da picada de um mosquito infectado. A maioria das mulheres grávidas sintomáticas apresentam erupções, que são muitas vezes maculopapulares e pruriginosas. Outras poderão ter febre, conjuntivite, dores articulares, dores de cabeça, dores musculares e sentir cansaço. Isso varia, conforme cada caso/paciente. II) Recomendações para prevenção e remanejo clinico da infecção pelo vírus Zika em gestantes: As estratégias destinadas a reduzir consideravelmente a potencial ameaça de infecção pelo vírus Zika devem, portanto, incluir esforços concertados para proporcionar um acesso sustentável e equitativo a água segura e limpa, a aplicação consistente de práticas de saneamento e higiene e o tratamento apropriado dos resíduos a nível das comunidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A freqüente ocorrência de caso de microcefalia despertou a atenção de pesquisadores e de todas as forças ligadas à saúde, tanto no Brasil, quanto no mundo.Ainda não se saber exatamente o que está levando ao aumento dos casos, mas diante dos resultados apresenta dos conclui-se claramente que a microcefalia esteja mesmo relacionada a infecção pelo Zika vírus. Vale ressaltar que além da busca incessante pela confirmação dessa associação e do modo de transmissão, os estudiosos buscam sempre orientar os profissionais de saúde para a prevenção e manejo da doença ZKV, principalmente em gestantes. Fica claro que a disseminação de informações confiáveis e de maneira oportuna é essencial para a orientação aos profissionais de saúde e à população. É importante aprimorar o entendimento sobre essas patologias e publicar trabalhos/artigos que possam contribuir no controle vetorial, às arboviroses e a microcefalia.


Palavras-chave


MICROCEFALIA; SAÚDE PÚBLICA; GESTANTES