Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Um Relato de Experiência Sobre a Estimulação Cognitiva de Idosos Institucionalizados
Mayra Barros, Bárbara Cybelle Monteiro, Rosane Maria Monteiro Coelho, Ana Luísa Soares, Marcelle Lorena Figueira, Leonardo Rodrigues

Última alteração: 2018-01-22

Resumo


Apresentação: Neste resumo, apresentamos um trabalho que tem como objetivo evidenciar a importância de estimular a capacidade cognitiva do idoso, utilizando tecnologia simples e com a finalidade de melhoras a percepção e a memória do idoso institucionalizado. Além disso, é imprescindível valorizar o grau de autonomia do idoso, como também, avaliar a situação cognitiva, para verificar a condição de envelhecimento e buscar maneiras de aperfeiçoa-la para potencializar a qualidade de vida da pessoa idosa. Nesse sentido, o treino de cognição, por meio das leituras e práticas de exercícios, pode melhorar o funcionamento cognitivo de idosos e colaborar para a promoção da qualidade de vida e do bem-estar psicológico na velhice. O declínio perceptivo em idosos é um processo natural, mas, com estímulos certos e constantes, pode ser retardado. Afinal, o cérebro envelhecido permanece com uma continua aptidão neuro-cerebral e capacidade de realizar mudanças em sua organização (neuroplasticidade). O ato de estimular faz referência a animar, instigar, encorajar, ativar e, nesse sentido, podemos facilmente correlacionar as práticas de estímulos cognitivos que podem ser aplicadas valendo-se de recursos do próprio ambiente em que o idoso está inserido. Objetivo: Enfatizar a importância do estímulo cognitivo e sensorial por meio de tecnologias ativas para melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa institucionalizada. Descrição do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado por discentes da Universidade Federal do Pará do Curso de Enfermagem por intermédio de uma ação utilizando metodologias ativas realizada no mês de dezembro de 2017, no ILPI Cidadela Joao de Deus. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o intuito de enriquecer a percepção dos alunos acerca do assunto a ser abordado. A ação foi elaborada pelos discentes com o objetivo de promover a interação com os idosos, o estímulo sensorial e cognitivo neles além de estimular a memória dos mesmos. Para ser concretizado, foram realizadas duas ações no local: uma com os Idosos Acamados e outra com aqueles passíveis de mobilidade. Aos idosos acamados, foram levadas frutas (maçã, banana, goiaba, pêra), verduras e condimentos (batata, pimentão, cheiro verde), utensílios de casa (copo, talheres e panelas) e imagens de pratos de comida para serem adivinhados através do tato, olfato, paladar, audição e visão. Com uma faixa era vendado os olhos da pessoa idosa e entregue em suas mãos o objeto que devia ser adivinhado para que ela pudesse se sentir livre para utilizar qualquer sentido com o intuito de descobrir o que estava sendo lhe interrogado a respeito cheiro, gosto, textura ou som. Após o indivíduo ter tido a oportunidade de avaliar a maioria dos itens disponibilizados, ele tinha o esclarecimento da parte dos discentes acerca da importância da atividade que estava sendo realizada e como ela poderia ser feita diariamente por eles de forma autônoma; com os demais idosos institucionalizados, após organiza-los em círculo, foi entregue uma caixinha com diversas perguntas e imagens que estimulavam a memória deles a lembrar de certas informações (Qual a sua idade? Qual o nome do seu amigo do lado? Qual a sua cor favorita?), o nome de alguns animais (Gato, Coelho, Leão, Cachorro) e alimentos (Cenoura, Laranja, Maçã). Essa caixinha iria ser passada de pessoa por pessoa ao decorrer de uma música que seria cantada pelo grupo presente, assim que a música pausasse, a pessoa em que a caixa com as perguntas ficou tinha que abri-la e retirar uma indagação. Assim que a maioria dos indivíduos tivesse participado, houve esclarecimento sobre a importância do estímulo à memória cotidianamente por parte daqueles idosos. No final das ações, os alunos agradeceram a participação dos envolvidos nas atividades e incentivaram a continuidade da realização cotidiana do estímulo cognitivo e sensorial por parte dos idosos. Resultados: No transcorrer das atividades de estimulação cognitiva, tanto os idosos acamados, quanto os que conseguiam ser mais independentes, possuíam dificuldade em reconhecer os objetos de uso cotidiano no asilo e de responder as perguntas propostas nas atividades, dicas tinham que ser dadas e alguns mesmo assim não conseguiam reconhecer os objetos, responder às perguntas ou adivinhar os cheiros. A partir dessas observações foi possível perceber que a carência de estimulação da cognição dos idosos por parte dos cuidadores e dos outros funcionários que ali trabalhavam era o principal entrave para a permanência desse problema, pois esses funcionários eram as pessoas que tinham maior contato com o idoso e desenvolviam atividades de entrega de medicamentos, realização das refeições e banhos diários. Desta forma, foi proposto que durante a realização dessas atividades diárias eles estimulassem os idosos, fazendo perguntas sobre o nome das pessoas, o próprio nome, reconhecimento de objetos, o ano, o mês, o dia e a idade. Com a realização das ações, os idosos sentiam dificuldade em reconhecer os objetos e responder as perguntas, mas sempre se esforçavam em realizar a atividade proposta. Ao termino da atividade muitos idosos disseram terem gostado das ações e de como era prazeroso ter a companhia de alguém que os estimulasse cotidianamente. Considerações finais: Nesse sentido, podemos concluir que a prática frequente de estímulos cognitivos em idosos é essencial no retardo de doenças e do próprio processo de declínio perceptivo caracterizado pela velhice. Mais do que um instrumento para prevenir e retardar doenças, o estimulo cognitivo é uma valiosa ferramenta para preservar e assegurar a autonomia e independência de idosos. Tendo em vista que a implementação das práticas de estímulos cognitivos apresenta uma baixa demanda de tempo e recursos financeiros, podendo até mesmo ser feita durante a rotina diária de cuidados do idoso e utilizando utensílios do próprio ambiente, é uma prática que deveria ser mais incentivada. Afinal, com os prováveis bons resultados, o idoso poderá ter uma melhor qualidade de vida.

Descritores: Saúde do idoso; Memória.

 

Referências:

  1. Araújo PO, Silveira EC, Bôas AMV, Silva JD. Promoção da saúde do idoso: a importância do treino da memória. Rev Kair Geront. 2012;15(8):169-83.

 


Palavras-chave


educação em saúde; cognição; idoso